O recém-empossado ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse hoje (28), em evento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o combate à criminalidade não pode cair em “atalhos”, devendo observar a dignidade e os direitos humanos. Ele defendeu a humanização do sistema carcerário.
“Hoje é tão fácil ouvir discursos que fazem defesa dos atalhos de fora da lei, dos atalhos abaixo dos direitos humanos. Um Estado que combate fora da lei, ou sem respeitar os direitos humanos, o crime, se nivela a ele”, disse o ministro, que assumiu o cargo ontem (27).
As declarações foram dadas durante uma reunião de última hora, convocada ontem (27) à noite pela presidente do conselho, ministra Cármen Lúcia, na sede do CNJ, em Brasília, para apresentar a Jungmann o recém-criado Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), um cadastro que pretende compilar em tempo real os dados a respeito de todos os presos do país.
“A humanização do sistema carcerário representa uma afirmação da civilização contra a barbárie. Não é porque alguém cometeu um delito, seja da gravidade que for, que a integridade da pessoa humana pode ser diminuída ou desdenhada, porque, se assim permitirmos, nós nos igualamos aos criminosos”, afirmou Jungmann, após assistir à apresentação do CNJ.
Depois de ter destacado números sobre a criminalidade e o estado de insegurança da população, Cármen Lúcia fez coro com o ministro, defendendo respeito aos direitos de pessoas presas.
“Estamos no Estado Democrático de Direito. Portanto, os direitos devem ser respeitados. Os direitos dos cidadãos trabalhadores de viver em paz, de dormir em sossego, de não ficar sobressaltados toda a noite. E é preciso também que se cumpra a lei com aqueles que, tendo de alguma forma errado, cumpram seus erros com as penas que foram devidamente fixadas, mas não de maneira desumana”, disse a ministra.
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