Dois dias após o incêndio que destruiu 90% do acervo do Museu Nacional no Rio de Janeiro, a Defesa Civil municipal emitiu laudo mantendo a interdição do prédio. O local foi residência oficial da família real portuguesa, ocupado por D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II.
Pesquisadores e especialistas defendem que parte do trabalho seja acompanhada por eles, pois há peças e obras raras no local que devem ser retiradas de acordo com normas específicas para evitar danos.
Ainda não há informações sobre o período em que o edifício ficará sob interdição. Aparentemente duas áreas grandes do prédio foram destruídas pelo fogo, sobraram anexos e dois telhados do edifício principal.
No entanto, análises preliminares mostram que as esculturas, encomendadas por D. Pedro II e que ficam no alto do prédio, parecem pouco afetadas pela tragédia.
A Polícia Federal, que comandará as apurações das causas do incêndio, determinou a instauração de um inquérito.
Reunião em Brasília
O presidente Michel Temer se reúne nesta terça-feira (4), no Palácio do Planalto, com ministros, secretários, coordenadores e os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica e do Banco do Brasil.
Após o incêndio no domingo (2), a comunidade artística e intelectual cobrou explicações de autoridades públicas, alegando que houve alertas sobre os problemas de infraestrutura e manutenção do local, que colocavam em risco os mais de 20 milhões de itens expostos.
Inicialmente, apenas para a reconstrução física do prédio, deverão ser investidos R$ 15 milhões.
Ontem (3), no Rio de Janeiro, os ministros Rossieli Soares da Silva (Educação) e Sérgio Sá Leitão (Cultura) anunciaram a criação de um grupo de trabalho para reunir parcerias em torno da recuperação do museu. Porém, peças raras se perderam. O esforço, no primeiro momento, será para a reconstrução do edifício.
O Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que faz parte do Ministério da Educação. Porém, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) é ligado ao Ministério da Cultura.
Em junho, o BNDES assinou contrato para o repasse de R$ 21,7 milhões para a terceira fase do plano de investimento de revitalização do museu. No entanto, de acordo com a interpretação da instituição sobre a lei eleitoral impediu a liberação dos recursos para o Museu Nacional.
Com informações da Agência Brasil
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