Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase (27 de janeiro), a Secretaria da Saúde (SES), por meio do Programa Municipal de Controle da Hanseníase, intensificará as ações de orientação sobre a Campanha Janeiro Roxo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Sorocaba.
O Brasil é o segundo país com maior número de casos no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Anualmente são registrados aproximadamente 30 mil casos no país.
A data, celebrada sempre no último domingo de janeiro, tem o intuito de orientar a população sobre as causas, sintomas, tratamentos e desfazer as barreiras existentes que geram o preconceito.
Além disso, a campanha reforça que a população procure por mais informações sobre a doença, pois ela tem cura, mas se não for diagnosticada e tratada prontamente, pode provocar sequelas graves. Baseado nisso, Sorocaba conta com o Programa Municipal de Controle da Hanseníase que realiza o tratamento de 125 pessoas na cidade.
Municipalizado no ano de 1.999, o ambulatório fica situado na estrutura predial da Policlínica Municipal de Especialidades “Edward Maluf”. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, sempre das 7h às 13h.
Em Sorocaba, no ano de 2017, 89 casos foram notificados. Já no ano passado, foram 112 novos casos registrados. De acordo com a enfermeira estomoterapeuta, Uiara Kaizer, este aumento ocorreu justamente pelas ações e divulgações da doença, a partir disto a população começou a se preocupar mais e procurar avaliação e tratamento.
Ainda segundo a enfermeira Uiara Kaizer, a importância do diagnóstico precoce é para que sejam evitados incapacidades e sequelas irreversíveis. “Caso a pessoa perceba sintomas como manchas na pele com perda de sensibilidade ou alguma área da pele dormente, com queixas de formigamento, queimação, perda da força muscular, o paciente pode procurar uma das 32 Unidades Básicas de Saúde e iniciar uma avaliação com o enfermeiro ou médico. Se houver alguma suspeita da doença, os pacientes são imediatamente encaminhados para Policlínica”, explica Uiara.
Para finalizar, a enfermeira Uiara faz um alerta importante para os familiares de pessoas que estão diagnosticadas com a doença. “Todas as pessoas precisam ser examinandas quando tem alguém doente, se não a gente não consegue quebrar a cadeia de transmissão da doença. Por isso é necessário a prevenção de todos”, ressalta.
Devido à campanha Janeiro Roxo, neste mês, as UBSs organizarão ações para divulgação dos sinais e sintomas. As unidades receberão folders e panfletos para intensificar ainda mais as informações sobre a Hanseníase e a importância do diagnóstico precoce.
O que é a Hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Mycobacterium leprae, e que atinge a pele e o nervo. A doença se manifesta com manchas na pele, que tem como principal característica a perda ou diminuição de sensibilidade. Essas manchas podem ser brancas, avermelhadas ou acastanhadas, e por afetar os nervos pode causar formigamento, dormência, sensação de choque, feridas por falta de sensibilidade, ou até mesmo queimaduras. Outro problema comum é a cegueira.
A doença afeta a pele e os nervos, e as manchas podem estar localizadas em qualquer parte do corpo. Normalmente, os locais mais comuns são as extremidades – braços, mãos, coxas, pernas e pés – e o rosto. Se não houver tratamento, ela pode causar deformidades.
Transmissão
A hanseníase pode ser transmitida pelo contato com uma pessoa sem tratamento, através das vias respiratórias, pela tosse ou pelo espirro. Entretanto, a maioria das pessoas tem resistência natural para combater a doença, portanto não adoecem. Além disso, o contágio só acontece quando há um convívio muito próximo e prolongado, cerca de 2 anos, com um doente que não esteja sendo tratado.
Como são feitos os exames e o tratamento?
Os exames para o diagnóstico são clínicos e epidemiológicos. Sendo assim, o profissional de saúde investiga a história clínica do paciente, examina a pele e faz testes para avaliar a sensibilidade. Se houver necessidade, é realizado a coleta de exames. Geralmente não é preciso fazer exames para ter o diagnóstico, pois uma boa avaliação da pele e dos nervos já bastam para ser constatada a doença.
O tratamento para hanseníase é gratuito e oferecido na rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento consiste em usos de antibióticos e leva de seis meses a um ano dependendo da forma da doença. Se seguir o tratamento cuidadosamente, o paciente recebe alta por cura.
Com informações da Secom Sorocaba
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