A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (10) a Operação Dédalos, de combate à crimes de perigo à aviação, juntamente com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Segundo nota da PF, as investigações começaram em 2016, em razão de uma denúncia de irregularidades na manutenção de aeronaves. Reportagens veiculadas pela imprensa à época, vinculavam essas denúncias à quedas de helicópteros.
Após a instauração do inquérito policial, a PF e a Anac inspecionaram uma empresa de manutenção de aeronaves e apreenderam documentos, peças e aeronaves.
Exames periciais a análise dos documentos, além de contatos com fabricantes e autoridades estrangeiras (dos EUA), comprovaram indícios de compra de aeronaves que passaram por acidentes e a realização de reparos além dos limites permitidos pelo fabricante, com utilização de registros supostamente fraudulentos ou com o aproveitamento de plaquetas e documentação para emprego em outras aeronaves, e falhas nos controles, colocando em risco a aviação civil.
Também ficou evidenciada a falsificação de documentos, a não prestação ou prestação parcial ou dissimulada de informações à Anac, com o objetivo de dificultar ou iludir a fiscalização do órgão, além de fraudes fiscais nos processos de importação de aeronaves.
Cerca de 50 Policiais Federais e 20 fiscais da Anac participam diretamente da operação nesta quarta-feira (10), realizada simultaneamente em três Estados da Federação (Santa Catarina,Paraná e São Paulo).
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão (três em Joinville, um em Rio do Sul, dois em Curitiba, três em Sorocaba e um em Birigüi), em oficinas, residências e empresas.
Também são alvos das buscas sete aeronaves, sem condições de aeronavegabilidade, por possuírem irregularidades documentais e estruturais, que colocam em risco a aviação civil.
Ainda conforme nota da Polícia Federal não houve prisões.
A operação foi nominada Dédalo que, na mitologia grega, ficou conhecido como um homem muito sábio e criativo, pai de Ícaro. Fabricou asas de penas ligadas com cera para que ele e Ícaro pudessem voar e fugir do labirinto onde estavam presos. Mas na fuga, Ícaro se aproximou muito do sol, a cera derreteu e ele caiu no mar.
Os investigados responderão pelos crimes de perigo à aviação (art.261, Código Penal); falsificação de documentos (art.297, CP); falsidade ideológica (art.299, CP); e sonegação fiscal (art.1º, Lei 8.137/90), cujas penas isoladas variam de 1 a 6 anos de reclusão.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Polícia Federal
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