Jornalismo

'A Marca na Rosa' orienta mais de 1.700 estudantes sobre relacionamentos abusivos

O projeto “A Marca na Rosa” visitou 28 escolas públicas de Sorocaba entre os meses de março e junho, ocasiões em que promoveu rodas de conversa com 1.768 alunos do Ensino Médio na busca por uma conscientização sobre relacionamentos abusivos. A Secretaria da Cidadania e Participação Popular (Secid) pretende levar a iniciativa a cerca de 60 escolas até o final de 2019, localizadas em regiões que apresentam maior incidência de ocorrências de violência contra a mulher.
“A Marca na Rosa” surgiu a partir dos relatos de Estéfany Saez, de 19 anos, que passou por um relacionamento abusivo, onde foi vítima de violência psicológica, física e sexual. O bate-papo com os alunos começa pela exibição de um vídeo, no qual a jovem relata sua experiência e termina com uma mensagem para que os meninos e meninas compreendam as atitudes violentas enraizadas na sociedade e mudem de comportamento.
Em seguida, a coordenadora de Políticas para Mulheres da Secid, Ana Miragaia, media um debate, no qual os estudantes podem esclarecer dúvidas, relatar experiências e recebem informações sobre os indícios de um relacionamento abusivo, ciclo da violência doméstica e como proceder em casos de ocorrências. A atividade termina com a leitura do poema “A Marca na Rosa”, criado por Estéfany.
Ana explica que a definição das escolas visitadas neste primeiro ano do projeto se deu com base no mapeamento dos casos de violência contra a mulher atendidos pelos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), com o objetivo de provocar a reflexão. “Muitos jovens reproduzem comportamentos abusivos de forma natural e até mesmo ‘romantizada’, sem se darem conta disto. A partir da conscientização, queremos que meninos e meninas pensem nas formas de relação e possam agir diferente”, acredita.
Conscientização permanente
Segundo a coordenadora, as rodas de conversa provocam alguns impactos imediatos nos estudantes, percebidos por meio de trocas de olhares, formas de agir e de adolescentes que sentem seguros para relatar experiências vividas por eles próprios ou pessoas próximas.
Houve inclusive encaminhamentos de situações mais graves para atendimentos especializados. Já em algumas turmas, alunos se propuseram a multiplicar o projeto por meio de grêmios estudantis. “Sabemos que o combate à violência contra a mulher é um processo permanente, mas é importante ver que esta semente já começa a render frutos, pois os alunos nos trazem um olhar sobre o tema diferente da forma com que nós enxergamos”, destaca a secretária da Secid, Suélei Gonçalves.
Com informações da Secom Sorocaba

Cruzeiro FM
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