Jornalismo

Pit bulls eram treinados para rinha com esteira e anabolizantes em Itu

A Polícia Civil confirmou na manhã desta terça-feira (17) que os 33 pit bulls resgatados em uma chácara de Itu eram treinados para rinhas.
Uma estrutura de concreto na propriedade era usada para o confronto entre os cães. Anabolizantes, uma esteira de corrida e uma piscina também foram encontrados no local e eram utilizados para preparar os animais para as brigas.
Segundo o investigador Bruno Ceccolini, a chácara tem ligação com o caso descoberto no final de semana em Mairiporã. O homem que morava no local é o peruano que está entre os 41 detidos na operação ocorrida no fim de semana na cidade da Grande São Paulo. Na casa há fotos do peruano, que foi solto na segunda-feira (16) após passar por audiência de custódia.
“A casa pertence a uma mulher e quando chegamos aqui havia apenas uma funcionária, que deve ser ouvida ainda hoje”, disse o investigador. O advogado da proprietária do imóvel esteve no local e contou que ela também era dona dos cães. “Ela não sabia o que ocorria aqui. Apenas sabia que ele cuidava dos cães”, defendeu o advogado da mulher, que reside em outras propriedade em Itu.
O advogado Wilson José dos Santos Muscari disse não saber se o local era devidamente registrado como criador de animais, o que demanda CNPJ, veterinário responsável e canil adequado. Todos os animais estavam acorrentados a árvores, com pequenas casinhas de madeira e sem alimentação. Nenhum veterinário se apresentou como responsável.
De acordo com Ceccolini, o caso será investigado pela Polícia Civil de Itu em parceria com a unidade de Mairiporã. “As investigações seguirão e os envolvidos podem responder por maus tratos, jogos de azar e associação criminosa”, disse o investigador. A reportagem não conseguiu contato com as demais partes envolvidas, mas o espaço está aberto para manifestações.
O resgate
O resgate teve início na segunda-feira (16), com o apoio de ongs, após a Polícia Civil receber denúncia anônima sobre os cães. Na propriedade todos os pit bulls estavam acorrentados e alguns apresentam ferimentos. Há ainda três fêmea prenhas. No local também tem seis bodes, um porco, dois cavalos, além de galinhas e patos. Todos os animais serão levados aos abrigos.
Segundo Patrícia Daunt, coordenadora da Associação de Socorro e Amparo aos Animais (Aspa) de Itu, alguns cães estavam doentes e todos passarão por avaliação veterinária. Já Alan Leal, integrante do movimento Cadeia Para Maus-Tratos, conta que que há sinais de maus-tratos entre os animais. “Eles estavam no meio de fezes e também encontramos muitos ratos ”, cita.
Santos explica que os cães resgatados são dóceis com humanos, mas por conta do treinamento se tornam muito agressivos entre si. “A maior dificuldade no resgate é essa, a princípio esses cães terão que ficar separados e as ongs não dispõem de tanto espaço”, afirma. O voluntário acredita que o trabalho de remoção dos cães durará até a tarde.
Ainda conforte Santos, uma avaliação inicial aponto oito cães mais debilitados. Esses animais serão enviados para uma ong especializada em pit bulls, a Pit Alê, de São Paulo. Outros serão distribuídos entre outras ongs e permanecerão em abrigos e em lares temporários. Também participam da ação as ongs Animais Têm Voz, de Americana, e Abrigo Vida de Anjo, de Mairiporã.
Caso em Mairiporã
Em Mairiporã, na Grande São Paulo, 19 cães que participavam de uma “rinha” foram resgatados no último sábado (14). Os animais, da raça pitbull, eram incentivados a lutar entre si e foram encontrados com diversos ferimentos. Entre os envolvidos na luta entre cães estão veterinários, médicos, um policial militar e cinco estrangeiros.
Quarenta e uma pessoas foram detidas e levadas para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, em São Paulo. Porém, o grupo participou de audiência de custódia na segunda-feira (16) e apenas um deles permaneceu preso – o homem apontado foi apontado pelo proprietário do sítio como responsável por alugar o local e por fazer o pagamento da locação.
Segundo a Polícia Civil, a “rinha” era combinada em um grupo no aplicativo de WhatsApp. De acordo com os agentes, um dos cachorros não sobreviveu em uma das lutas e foi servido como churrasco para os participantes. Os cães que sobreviveram receberão todo o atendimento médico necessário e, depois de castrados e adestrados, irão para adoção.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul
Edição – Alessandra Santos

Cruzeiro FM
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