O governo de São Paulo projeta 220 mil casos do novo coronavírus e prepara pedido de empréstimo de US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) ao Banco Mundial para ações de combate à doença, conforme documentos obtidos pela reportagem.
O eixo principal do projeto é a instalação e custeio de pelo menos 500 novos leitos de UTI. A ideia é usar o recurso também para compra de testes de diagnóstico, além de desenvolvimento de tecnologia de telemedicina e de aplicativos para dispositivos móveis.
A Secretaria de Saúde estadual estima que ao menos R$ 1,2 bilhão extra será preciso para enfrentar a doença, o que torna o financiamento do Banco Mundial “muito significativo”, afirma o coordenador de Serviços da Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli. O governo de João Doria (PSDB) espera ter o recurso em mãos em cerca de dois meses.
O valor poderá ser usado também para ressarcir gastos já feitos contra o novo coronavírus. O prazo previsto para extinção do empréstimo é de 35 anos. A contrapartida para o governo é de US$ 25 milhões, ou seja, no total, o projeto é de cerca de US$ 125 milhões (mais de R$ 625 milhões).
No projeto, o governo estadual projeta que 40 mil pacientes teriam de usar leitos de internação durante a pandemia. Já outros 11 mil teriam quadros mais graves, exigindo UTI.
O Estado tem 15 mil leitos de UTI públicos e privados, sendo 7,2 mil leitos dedicados ao SUS. “Sabe-se que dos 3.600 leitos de UTI adulto disponíveis a população, a taxa de ocupação é de 85% a 90%. Com base nestas informações, estima-se que a ampliação de leitos de UTI é imprescindível para o enfrentamento da Covid-19”, afirma o governo Doria em carta-consulta enviada para análise do Ministério da Economia na última segunda-feira, 30.
Na segunda fase do programa, após superar a pandemia, a ideia é investir em inovação tecnológica, com a produção de vacinas e ferramentas de “Big Data”, prontuário eletrônico e de telemedicina.
“Pensamos também em aumentar essas ferramentas de comunicação com o público. Aplicativos de celulares podem ficar em uso no futuro, servindo para pessoas com doenças crônicas, entre outras”, disse Tardelli.
O Banco Mundial anunciou no começo de março programa de US$ 12 bilhões para apoiar esforços de países para combate à pandemia.
O Ministério da Saúde também busca fechar um empréstimo de US$ 100 milhões com a instituição, como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo. Cerca de US$ 60 milhões seriam usados para contratação de profissionais para saúde. A pasta quer ainda adquirir testes de diagnóstico e desenvolver a telemedicina com este recurso.
As informações são do Estadão Conteúdo.
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