O Ministério da Saúde acompanha o desenvolvimento de nove ensaios clínicos realizados no país para testar a eficácia e segurança do uso de alternativas no tratamento de pacientes com coronavírus (Covid-19). Participam destes estudos mais de 100 centros de pesquisas, como universidades e hospitais, reunindo 5 mil pacientes com quadros leves, graves e moderados. Ainda neste mês, a expectativa é que resultados preliminares das pesquisas sejam divulgados, abrindo a possibilidade futura do uso de novos medicamentos e terapias no cuidado de pessoas infectadas pela doença.
“Está em curso vários ensaios clínicos para testar esses medicamentos. No curto prazo teremos resultados preliminares ainda no mês de abril para oferecer terapias seguras e eficazes para a população. Temos que pautar as nossas decisões baseadas em evidências científicas. Nós estamos em busca e, com celeridade, vamos dar resposta seguras e eficazes à população”, destacou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Denizar Vianna.
Os principais medicamentos utilizados nos estudos são a Cloroquina e a Hidroxicloroquina associadas ao antibiótico Azitromicina, já usadas contra a malária e doenças autoimunes; a combinação de remédios contra HIV, formada por Lopinavir e Ritonavir; a combinação de Lopinavir e Ritonavir em conjunto com a substância Interferon beta-1b, usada no tratamento de esclerose múltipla; e o Antiviral Remdesivir, desenvolvido para casos de ebola.
Nas próximas semanas deverão ser iniciados os estudos com o corticosteroide dexametasona, com o inibidor de interleucina-6 – tocilizumabe, e com plasma convalescente, que em outros países têm sugerido resultados promissores para combater a infecção viral por meio de seus anticorpos. O chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue que pode ser coletada de pacientes que já se recuperaram da infecção por coronavírus.
Um dos grupos de pesquisa no Brasil, chamado Coalizão Covid-19 Brasil, é formado por hospitais integrantes do Proadi-SUS, como Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento e Alemão Oswaldo Cruz, além da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (Rede BRICNet) e da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Outra linha de pesquisa é desenvolvida a partir do “ensaio clínico Solidarity”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), no qual o Brasil, junto a 45 países, se uniu para investigar a eficácia de medicamentos no tratamento da Covid-19. No Brasil, o estudo é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Também está sendo acompanhado o estudo em desenvolvimento pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus (AM).
De acordo com a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Camile Sachetti, há um acompanhamento diário das pesquisas mundiais que estão sendo desenvolvidas, bem como as publicações em periódicos internacionais sobre novas possibilidades de tratamentos e vacinas para o tratamento da Covid-19. “Só no último fim de semana, pelo menos 20 artigos foram publicados mostrando diferentes medicamentos que estão em investigação, como: Favipiravir; Remdesivir; Lopinavir; Ritonavir e Interferon associado a ribavirin; 4- Epclusa (velpatasvir/sofosbuvir) e Harvoni (ledipasvir / sofosbuvir); Interferon (IL6); Ribavirin; Sarilumab; Tocilizumabe; Oseltamivir + combinações e plasma convalescente”, listou Camile Sachetti.
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