Editorial: A vida precisa continuar

A epidemia do coronavírus no Brasil vem apresentando números da contaminação menos assustadores do que o que se registrava nas últimas semanas.
Embora o governo estadual ainda mantenha a quarentena, e tudo indica que ela sofrerá mais uma prorrogação, os governos municipais no Estado de São Paulo começam a ter a percepção de flexibilizar o isolamento total das pessoas, para tentar colocar nos trilhos o vagão da economia.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarou nesta semana, antes de sua demissão da pasta, que o pico da doença ocorrerá em maio e junho.
Preocupado com prejuízos à atividade econômica, o presidente da República, Jair Bolsonaro, orienta seu governo e demais governos estaduais e municipais para que retomem as atividades econômicas de maneira gradual, porém, mantendo-se todos os cuidados sanitários necessários para evitar uma potencialização da contaminação do coronavírus no país.
Nesta semana, também, Bolsonaro compartilhou o vídeo Show Mórbido – Os sócios da Paralisia, do jornalista e escritor Guilherme Fiuza, que faz, entre outros pontos, uma crítica à falta de mapeamento do resultado do confinamento no combate ao coronavírus.
Sem ter essa percepção, torna-se pouco eficiente afirmar que o isolamento total – fique em casa, o vírus está lá fora -, é a única forma de prevenção ao coronavírus.
Mas, voltando à realidade, já que essa história do isolamento total persiste, é plausível demonstrar que o governo federal, na ânsia de ajudar os brasileiros, de uma forma geral, amenizou burocracias para que a liberação de recursos emergenciais à população ocorra de maneira mais rápida.
Esse, porém, é apenas um ponto dessa crítica situação, já que devemos colocar na conta o fechamento de cerca de 600 mil pequenas empresas no Brasil.
Temos, ainda, a projeção atual do PIB de uma queda de 4%, o que é preocupante, já que coloca o brasileiro na quase condição de empobrecimento.
Isso tudo vem-se transformando em uma bola de neve e tem preocupado cada vez mais a população que anseia pelo retorno, ainda que gradual, das atividades econômicas.
Atendendo ao apelo de ouvintes angustiados com suas economias, a Cruzeiro FM lançou na madrugada dessa quinta-feira uma enquete com uma questão de senso comum: Você é favorável à reabertura do comércio em Sorocaba?
Até às onze horas da noite de ontem, a enquete na página da Cruzeiro FM no Facebook registrava mais de 1.900 votos, abrindo um placar de 1.100 ouvintes favoráveis à reabertura do comércio contra 731 pessoas que não concordam.
Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas assinou um decreto na terça-feira que adequa algumas questões ao decreto estadual.
O prefeito autoriza a reabertura de diversos setores do comércio, mas de maneira gradual e com horários diferenciados, a fim de evitar lotações no transporte coletivo da cidade e aglomerações.
O retorno gradativo das atividades econômicas é salutar nesse momento em que os números do coronavírus são menos perturbadores, porém, há que se tomar todos os cuidados sanitários para evitar a contaminação.
De maneira gradativa, conforme especialistas ouvidos pela Cruzeiro FM, o Brasil evita que haja uma recidiva da epidemia.
Assim, de acordo com os comentários postados na enquete da Cruzeiro FM, que permanecerá no ar por quatro dias, o momento é de sensatez, o que se pressupõe medidas cautelares contra o vírus, ao mesmo tempo em que se põe as engrenagens da economia na ativa novamente.
Os governos têm de fazer a sua parte, como criar medidas de bloqueio ao vírus, agilidade na descoberta de medicamentos para tratar a doença, buscar meios de se desenvolver uma vacina em tempo hábil e, paralelamente a isso, garantir aos cidadãos o trabalho, a manutenção da saúde financeira de empresas e, por fim, a dignidade do brasileiro.
Não há que se impor punições severas como multa ou prisão a quem sai à rua para ir trabalhar, comprar mantimentos e remédios e, até mesmo, para buscar um atendimento médico.
Cabe o esclarecimento à população sobre a epidemia e um clamor à consciência de todos para que mantenham o afastamento social, a higienização das mãos com água e sabonete, o uso de álcool em gel e a proteção às pessoas vulneráveis ao coronavírus.
Sejamos prudentes e façamos o Brasil vencer as diversas batalhas, inclusive a do coronavírus.
Gradativamente é possível!
Previna-se!
A informação é a única vacina que temos contra a Covid-19.
Cruzeiro FM, número um em jornalismo.

Cibelle Freitas
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