O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou hoje (7) a volta e a ampliação do rodízio de veículos na capital paulista. A medida que proíbe os automóveis e as motos de transitarem pela cidade em determinados dias da semana a partir do número das placas havia sido suspensa no início da quarentena na cidade. Normalmente, a restrição valia para um dia da semana para cada veículo.
A regra começa a valer na segunda-feira (11) por 24 horas, inclusive aos finais de semana, e não mais apenas nos horários de pico. A restrição será para qualquer via da capital paulista e não só no Centro Expandido.
Podem circular em dias ímpares, veículos com placa final ímpar, e dias pares para dígitos pares, incluindo o final 0. A partir de segunda volta a valer também a Zona Máxima de Restrição para Circulação de caminhões, excluídos apenas os da área de abastecimento e saúde.
A restrição não vale para os veículos que já tinham isenção de rodízio, como polícia, exército, gás e ambulâncias, e agora será ampliada para os profissionais de saúde.
Pressão no sistema de saúde
Covas justificou a medida devido ao número crescente de mortes e novos casos de covid-19 que vem sendo registrados nos últimos dias. “Não dá para a gente deixar de tomar medidas como essa em um momento que a taxa de ocupação de leitos de UTI [unidades de tratamento intensivo] passa de 80%”, ressaltou.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, em algumas unidades a ocupação dos leitos de UTI passa de 90%, como no hospital da Bela Vista (região central) e de Itaquera (zona leste). A cidade tem, segundo o último balanço da prefeitura, 1.928 mortes confirmadas por coronavírus e 2.372 óbitos suspeitos, em um total de 4,3 mil possíveis vítimas da doença.
Medidas alternativas
O prefeito disse que a intenção inicial ao suspender o rodízio era reduzir as aglomerações de pessoas no transporte público. Porém, a avaliação, agora, é que a medida teve o efeito indesejado de incentivar as pessoas a saírem de casa nos veículos particulares. “A liberação do rodízio tem servido como um estimulante para as pessoas saírem de casa”, enfatizou.
Nesta semana, a prefeitura havia tentado colocar bloqueios em avenidas importantes da cidade como forma de reduzir a circulação. No entanto, a ação não aumentou a adesão à quarentena, além de fazer o Ministério Público de São Paulo abrir uma investigação sobre denúncias de que a restrição teria afetado o trânsito de ambulâncias.
Segundo o prefeito, o Executivo municipal vem buscando medidas alternativas ao confinamento extremo, quando as pessoas são impedidas de sair de casa sem justificativa, chamado de lockdown. “Essa é uma medida necessária para que a gente evite decretar lockdown na cidade de São Paulo, evite impedir a circulação de pessoas na cidade de São Paulo”, enfatizou
Isenções
Os profissionais de saúde poderão fazer um cadastro para não serem submetidos ao rodízio. A medida também não afeta veículos que já não eram submetidos ao rodízio convencional, como viaturas de polícia e ambulâncias.
A frota de ônibus será reforçada com mil veículos para absorver o aumento de demanda sobre o transporte público.
Com informações da Agência Brasil
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