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PF e Polícia Civil apuram mortes em região do Amazonas

As polícias Federal (PF) e Civil do Amazonas tentam elucidar as causas das mortes de pelo menos quatro pessoas, cujos corpos foram encontrados ao longo da última semana no município de Nova Olinda do Norte (AM), a cerca de 130 quilômetros ao sul de Manaus.

Todas as vítimas foram mortas a tiros. As informações sobre o caso ainda são vagas, mas a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas suspeita que os quatro homicídios estão relacionados entre si e a outras três mortes decorrentes de uma operação contra o tráfico de drogas, deflagrada pelo governo estadual no início do mês. Ao menos três pessoas suspeitas de ligação com uma organização criminosa que atua na região já tinham sido presas até quarta-feira (12).

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), há, entre os mortos, um índio da etnia Munduruku. Josimar Moraes Lopes era morador da aldeia Laguinho, que fica na Terra Indígena Kwatá-Laranjal, e completaria 26 anos na próxima segunda-feira (17). Seu corpo foi encontrado em um igarapé, no último dia 7.

De acordo com a CPT, o atual conflito envolve camponeses, indígenas, traficantes de drogas, pescadores ilegais e policiais que vivem ou atuam na região dos projetos de Assentamento Agroextrativistas (PAEs) Abacaxis 1 e 2, que compreende parte do território de Nova Olinda do Norte e do município vizinho, Borba. A situação, segundo a entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é “muito complexa” – característica comum a vários conflitos existentes na Amazônia -, e começou a ganhar novos contornos no fim do mês passado.

No dia 24 de julho, o então secretário executivo do Fundo de Promoção Social do Amazonas, Saulo Moysés Rezende Costa, pescava com um grupo de amigos no Rio Abacaxis, próximo a uma comunidade ribeirinha. Após desentendimento com lideranças locais, que exigiam que o grupo deixasse à área por não ter licença para pescar alí, Costa foi atingido por um tiro no ombro.

Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública confirma que, a partir do registro da ocorrência, deflagrou uma operação policial em Nova Olinda do Norte. De acordo com a pasta, “a vítima do disparo” relatou que as pessoas que abordaram a lancha em que o grupo de amigos pescava portava armas de fogo, facas e tochas. A Agência Brasil tentou ouvir Costa, exonerado do cargo na última terça-feira (11), mas não conseguiu contato com ele.

Segundo a Secretaria de Segurança, ao se deslocarem para a região a fim de apurar o ocorrido, investigadores identificaram indícios de tráfico de drogas, formação de milícia armada e possível existência de uma facção criminosa. As suspeitas levaram a secretaria a deflagrar uma operação policial, com o objetivo de abordar e revistar embarcações, procurar eventuais plantações de maconha e impedir o transporte de outras drogas.

Com informações da Agência Brasil

Cruzeiro FM
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