O enfrentamento da pandemia tem possibilitado o desenvolvimento de soluções baratas e de alto impacto para o tratamento da Covid-19. O coletivo Motirõ, formado por profissionais de diversas especialidades, está transformando máscaras de mergulho em equipamentos de ventilação não invasiva (VNI) para pacientes infectados pelo novo coronavírus. O grupo já produziu e distribuiu 2.500 máscaras para mais de 100 hospitais da rede pública do país.
A máscara VNI garante benefícios como segurança, baixo custo, escalabilidade e mais conforto ao paciente. “Esta terapia é uma opção adequada ao infectado menos grave e o seu uso pode evitar a necessidade de intubação”, explica o professor da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Sorocaba, um dos colaboradores do Motirõ, Elvio Franco.
A máscara adaptada cobre todo o rosto e proporciona vedação completa garantindo mais segurança à equipe de profissionais de saúde e podendo ser utilizada também em enfermarias.
A adaptação da máscara de mergulho é feita por meio da substituição do snorkel (tubo respirador) por válvulas produzidas em impressoras 3D e encaixadas diretamente em ventiladores mecânicos. A mudança na peça inclui ainda a colocação de um filtro para controlar a saída de ar e reduzir o risco de contaminação do ambiente por aerossóis eliminados pela expiração do paciente.
A produção deste tipo de equipamento é open source e está acessível na internet para ser reproduzida. Com apoio de empresas e entidades, os voluntários do coletivo Motirõ continuam produzindo e distribuindo mais equipamentos para a rede hospitalar do Estado de São Paulo e outros catorze estados brasileiros.
Mutirão pela vida
Médicos do coletivo Motirõ e da Universidade de São Paulo definiram um protocolo para uso da máscara VNI e são responsáveis pelo treinamento de enfermeiros, fisioterapeutas e médicos de instituições que estão recebendo o equipamento.
A tecnologia para adaptação da máscara de mergulho foi inspirada na experiência de hospitais italianos. O aparelho VNI foi reconhecido como alternativa à intubação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e passou a ser replicado em outros países.
O coletivo Motirõ continua desenvolvendo outros equipamentos para ajudar no tratamento da Covid-19, como tenda hospitalar que isola o paciente num ambiente com exaustão filtrada, capuz e poncho para proteção de profissionais de saúde que estão na linha de frente, além de respirador pessoal de baixo custo.
Com informações da Assessoria do Centro Paula Souza
Edição – Alessandra Santos
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