Editorial: A vida tem valor (27/11/2020)

Situada na região intermediária de Sorocaba, Taguaí, com pouco mais de 12 mil habitantes, ganhou destaque nesta semana por conta do grave acidente envolvendo um ônibus e uma carreta bitrem.

A colisão quase que frontal deixou 41 pessoas mortas no quilômetro 172 da rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, na manhã de quarta-feira.

A morte prematura de mães e pais de família, que seguiam viagem em um ônibus fretado de Itaí até Taguaí, onde trabalhavam para uma indústria têxtil, provocou uma comoção geral.

De acordo com a Polícia Militar, este foi o maior acidente do ano nas rodovias do estado de São Paulo e o maior em número de mortes em 22 anos.

As prefeituras de Taguaí e Itaí decretaram luto oficial por três dias.

Depois do acidente ocorrido, algumas versões começaram a surgir, entre elas, havia informações de que os veículos envolvidos no acidente estavam com documentação irregular e que as condições das estradas estão em mau estado de conservação.

No entanto, tudo isso deverá ser concluído por meio de perícia técnica no local do acidente, para se saber as causas exatas dessa tragédia.

Analisando todas as versões surgidas e o posicionamento das autoridades nesse primeiro momento podemos concluir que a luz amarela em torno das condições de uso das estradas vicinais acendeu, alertando para que providências sejam tomadas com urgência, a fim de prevenir novos acidentes.

Vereadora em Taguaí, Elza Dalcin, chamou a atenção das autoridades no Jornal das 5 sobre os riscos de novos acidentes naquela região devido à falta de investimentos.

Em nota, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informa que, nos últimos 10 anos, não houve nenhuma ocorrência de vítimas fatais naquela rodovia e que, desde 2017, foram dois acidentes no trecho sem vítimas.

Apesar da informação técnica do DER, a preocupação com outros acidentes tão graves como este perpassa as fronteiras e conclama para que deputados estaduais e federais intercedam junto às esferas governamentais para que se obtenha recursos para melhorias nas estradas do Estado de São Paulo.

Muitas regiões paulistas são responsáveis pela distribuição de produtos alimentícios entre outros; e, por conseguinte, acaba por colocar dezenas de centenas de caminhões, carretas e bitrens nas estradas vicinais.

Assim, a tragédia registrada em Taguaí torna-se um exemplo para que ações sejam tomadas de maneira mais enérgicas e efetivas.

No dia do acidente, o governador João Doria abriu uma coletiva de imprensa para se solidarizar com as vítimas e familiares e para informar que secretários de estado estavam seguindo viagem para o local do acidente e para hospitais onde estavam internados passageiros feridos, a fim de verificar as circunstâncias do acidente e tomarem providências necessárias naquela e em outras rodovias da região.

É imprescindível que se agilize o processo de apuração da polícia técnica em torno do acidente para que, com essa informação, o governo do estado tenha condições de buscar investimentos ou criar mecanismos para melhorar as condições de segurança nas rodovias.

É preciso que investimentos sejam feitos nas estradas das regiões do interior paulista para que episódios como o de Taguaí não se repitam e que outras vidas acabem sendo ceifadas.

Outro ponto, que precisa ser melhor avaliado, é a fiscalização dos veículos que circulam todos os dias pelas rodovias paulistas.

Documentação e condições de tráfego são imprescindíveis para que  o veículo possa circular com segurança.

Taguaí não pode ser esquecida e deve servir como parâmetro para a correção de situações em outros lugares do Estado de São Paulo.

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!