Governadores de diversos Estados estiveram em Brasília nesta terça-feira (8) para cobrar do governo federal um plano nacional de vacinação contra a Covid-19. Durante o encontro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a aprovação de qualquer vacina contra a doença, pela Anvisa, deve demorar pelo menos 2 meses.
O ministro ainda confirmou que a farmacêutica AstraZeneca deve enviar os dados dos testes clínicos da vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford no final deste mês e com isso, após os 60 dias necessários para a aprovação da Anvisa, a vacinação deve começar no final de fevereiro.
Politização da vacina
Durante a reunião, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), questionou Pazuello sobre politização da CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butatan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
“A vacina Covax Facility recebeu investimento de R$ 2,5 bilhões. O ministério anunciou também investimento de mais de R$ 1 bilhão na vacina da AstraZeneca. Ambas não foram aprovadas pela Anvisa. Agora, a CoronaVac não recebeu nenhum investimento do governo federal. O que difere, ministro, a condição da sua gestão de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra? É de ordem ideológica, política ou razão de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas?”, questionou.
O governador seguiu nos questionamentos:
“O seu ministério vai comprar a CoronaVac se for aprovada, sim ou não? O que difere a condição e a sugestão de privilegiar duas vacinas em detrimento de duas vacinas? É uma razão ideológica, política?”
A crítica de Doria é que o governo federal já pagou R$ 2 bilhões para fabricantes de vacinas que não têm registro e nenhuma vacina pronta. E não investiu nenhum real na CoronaVac do Butantan.
Pazuello respondeu que a pasta acompanha desenvolvimento de nove vacinas e negou viés político na corrida pelo imunizante contra a Covid-19.
“O presidente falou claramente isso aí: todas as vacinas que tiverem seu êxito, sua eficácia com seus registros da Anvisa da maneira correta e, se houver necessidade, por que não adquirir? O presidente colocou de forma clara, o resto faz parte do dia a dia das discussões do país”, disse.
Antes da reunião, no Palácio do Planalto, os governadores falaram sobre a necessidade de mais encontros para traçar o plano.
“A minha sugestão na reunião é da necessidade imediata de um novo encontro com o Ministério da Saúde para tratar a estratégia da vacinação. O tema requer urgência”, afirmou Fátima Bezerra (PT- RN).
“E a expectativa é de que a gente saia daqui com definições concretas, com calendário, com vacinas seguras e suficientes para que a gente inicie o mais rápido possível o processo de vacinação do nosso povo”, acrescentou a governadora.
O governador do Piauí, Wellignton Dias (PT), afirmou que a posição principal é salvar vidas. “A nossa obrigação é a união de todos. [Queremos] todas as vacinas, sem restrição nenhuma. Se a vacina estiver autorizada, é essa a vacina dos brasileiros. Segundo: [queremos um] plano nacional de imunização, com distribuição gratuita. E terceiro garantir o cronograma, do que estamos comprando de vacina, quais são as próximas entregas”, afirmou.
Além de Welligton Dias e Fátima Bezerra, estão em Brasília os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, Paulo Câmara, de Pernambuco, Gladson Cameli, do Acre e Helder Barbalho, do Pará. O encontro está sendo realizado no Palácio do Planalto, com a participação de outros governadores por meio virtual.
Com informações do Portal R7
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