Uma extensa mancha de óleo cobriu mais da metade do lago que fica no parque Carlos Alberto de Souza no Campolim, na zona sul de Sorocaba, na manhã desta quinta-feira (10). Esse é o segundo lançamento irregular de produto químico na cidade em uma semana. Durante a manhã, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) informou que estuda acionar a Polícia Civil para investigar o caso, considerado crime.
A mancha é escura e tem um cheiro forte de produto químico, que pode ser sentido mesmo à distância. A contaminação foi constatada no lago que fica nos fundos do parque, conhecido também como pista de caminhada do Campolim.
Para evitar que a mancha se espalhasse para os outros dois lagos da praça, uma barreira física com mangueira plástica foi colocada na água por técnicos do Saae. Caminhões estão sendo usados para retirar o produto químico da superfície da água.
De acordo com o engenheiro da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Fernando de Paula Santos, o lançamento irregular foi intencional e é considerado criminoso. A companhia investiga o que pode ter causado a contaminação.
O flagrante foi feito exatamente uma semana após moradores reclamarem de um caso parecido em outros bairros da zona sul. Na noite da última quinta-feira (3), moradores de Sorocaba chegaram a passar mal por conta do forte cheiro depois que o líquido se misturou com a água que passa pelo córrego da Água Vermelha.
Na ocasião, o forte odor pôde ser sentido a partir do bairro Parque Fazenda Imperial, na região da Rodovia Raposo Tavares, e seguiu pelo Jardim São Carlos até chegar no Jardim Paulistano, na região do Parque Romeu Osório Pires, e no Jardim Faculdade, próximo a Avenida Barão de Tatuí.
Casos estão relacionados
O engenheiro da Cetesb afirma ainda que os dois casos estão relacionados, já que aparentemente se trata do mesmo produto. “Aqui ele acaba sendo visto de forma mais intensa porque está no lago e não no córrego, onde a água possui vazão”, explica.
Cesteb e Saae informaram que investigam os casos para tentar identificar o responsável pelo lançamento irregular. Uma das suspeitas é de que um caminhão tenha sido utilizado para jogar o produto químico em uma boca-de-lobo próximo a rua Augusto Lippel. A rede é responsável por escoar a água da chuva e, por isso, é direcionada até o lago no parque do Campolim. Durante a manhã, manchas escuras foram encontradas próximo a saída de água no lago.
O Saae também afirmou que vai pedir imagens de câmeras de empresas que possam ter flagrado o crime e estuda registrar um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil investigue o caso.
Poluente passa por análise
Técnicos do Saae e da Cetesb colheram amostras do produto químico encontrado em pelo menos três pontos do córrego da Água Vermelha, que passa por análise. Segundo a Cetesb, o resultado deve ficar pronto entre esta sexta-feira (11) e a próxima terça (15).
A análise vai poder apontar quais componentes estão presentes no produto químico e ajudar na identificação da possível origem. A avaliação preliminar aponta que se trata de um produto derivado de petróleo.
Ainda de acordo com o Saae, a autarquia está rastreando e fiscalizando empresas que trabalham com produtos similares. A região monitorada inclui o Jardim São Carlos, Jardim Guadalajara, Jardim Pagliato, Campolim e os endereços próximos a rua Augusto Lippel.
Se identificada, a empresa poderá ser multada pelo crime ambiental. O valor dependerá das infrações identificadas. “Até o momento não registramos a mortandade de peixes, mas essa é uma preocupação, já que o produto segue o curso da água e diminui a quantidade de oxigênio. Nesses casos, a multa pode ser maior”, explica o engenheiro da Cetesb.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul
Edição – Alessandra Santos
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