Sorocaba e mais duas regiões do estado regridem para a fase laranja do Plano SP

O governo do estado de São Paulo anunciou hoje (8) em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, a reclassificação do Plano São Paulo. Nesta 17.ª classificação, 90% da população paulista fica na fase amarela e 10% na fase laranja. A mudança entra em vigor na segunda-feira (11).

As regiões de Sorocaba, Marília e Registro regridem da etapa amarela para a laranja. A região de Presidente Prudente que estava no vermelho desde o dia 25 de dezembro evoluiu para a fase laranja.

Sorocaba regrediu porque teve aumento na ocupação dos leitos de UTI Covid, chegando ao índice de 74,1%, acima dos 70% do limite previsto para continuar na fase amarela. Marília tem 75,8% de ocupação, Presidente Prudente está com 74,5 e no caso de Registro, o aumento no número de mortes resultou na reclassificação.

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorintcheyn, mostrou os dados da última semana epidemiológica que terminou ontem (7). Neste período, em relação à semana anterior, houve aumento de 30% nos casos em todo o estado de São Paulo, crescimento de 8,2% no número das internações e elevação de 34% na média diária de novos óbitos. Neste último item, o secretário admitiu que pode ter havido um represamento de dados por ocasião dos feriados de fim de ano.

Ele explicou que frente ao aumento dos índices da pandemia, o Centro de Contingência do Coronavírus, revisou o Plano São Paulo para criar novos indicadores tanto de internações, taxas de ocupação de leitos e óbitos, endurecendo as regras para que as regiões consigam chegar à fase verde.

Cada região passa a precisar alcançar 30 internações por 100 mil habitantes e três mortes por cem mil habitantes nos últimos 14 dias, além de passar 28 dias seguidos na fase amarela antes de avançar.

Os critérios de saúde na fase laranja também ficam mais rígidos. O limite máximo da taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para COVID-19 passa de 75% para 70% em cada região. Também há mudanças nos indicadores de variação para casos, mortes e internações, com parâmetros para todas as fases do Plano São Paulo. Se a ocupação de UTIs superar 80%, poderá haver recuo para a fase vermelha, com fechamento de atividades.

O coordenador do Centro de Contigência do Coronavírus, Paulo Menezes, explicou que é momento de adequar o Plano São Paulo para que fique mais eficiente o combate à transmissão da Covid-19.

Ele citou que além destas medidas que deixam as regras para mudança de fase mais rigorosas, o Centro de Contingência recomenda também que as pessoas respeitem aos protocolos sanitários e que evitem a exposição ao vírus e evitem a circulação desnecessária pelas cidades.

Houve a revisão dos critérios de restrição de uma forma geral para que fases amarelas e laranja tenham a liberação de novas atividades, além de novos índices limites quanto à internações nas UTIs, casos e óbitos.

A fase verde, de acordo com o médico Paulo Menezes, deixou que as pessoas achassem que a pandemia tivesse acabado e com isso a população ficou mais relaxada.

Segundo o secretário de Saúde, a revisão do Plano São Paulo é a garantia que o governo tem de que não haja a ocupação dos leitos de UTI de forma abrupta e que o estado age de forma antecipada para prevenir que todos possam ser atendidos pela rede de saúde.

As mudanças

Na fase amarela, os comércios, serviços e restaurantes podem funcionar até às 22h e os bares podem funcionar até às 20h, de forma presencial.

Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, já na fase laranja as atividades estarão permitidas em todos os setores (comércios, shoppings, serviços, restaurantes, academias, salões de beleza, cinemas, teatros) com funcionamento permitido de 8 horas diárias, com expediente autorizado até às 20h.

A exceção fica para os bares que estão proibidos de realizar o atendimento presencial, ou seja, não podem permitir o consumo no local.

Para os demais setores, a capacidade de limitada de público é de 40%. Os parques estaduais estão autorizados a abrir, segundo o governo do estado.

Atividades não essenciais que geram aglomeração, como festas, baladas e shows continuam proibidos em todas as fases.

“A meta principal é evitar aglomerações e voltar a reduzir o fluxo de pessoas em horários específicos”, afirmou a Patricia Ellen. “O grande objetivo neste momento é reduzir a circulação do vírus. Nós precisamos reduzir aglomerações, e elas acontecem principalmente no período da noite”, acrescentou.

Mais leitos

O secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, anunciou que a região de Sorocaba terá mais 30 leitos, sendo 10 leitos de UTI no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), mais 10 leitos no Hospital Adib Jatene (que já tinham sido anunciados neste semana) e mais 10 leitos de UTI na Santa Casa de Sorocaba. O governo do estado também fará busca por novos leitos na rede privada.

A próxima reclassificação do Plano São Paulo será apresentada no dia 5 de fevereiro.

Ouça a reportagem de André Fazano!

Edição – Alessandra Santos