A Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Rodrigo, em Sorocaba, foi invadida por vândalos pelo menos duas vezes nesta semana. Após a ação dos criminosos, moradores encontraram prontuários e equipamentos médicos deixados pela prefeitura dentro do prédio.
O local está interditado por risco de explosão desde o dia 11 de janeiro, depois que a Defesa Civil encontrou falha no sistema de drenagem de gases do terreno. Procurada, a prefeitura ainda não se manifestou sobre o assunto.
De acordo os moradores, as invasões aconteceram entre quarta-feira (20) e quinta-feira (21). Os criminosos entraram no prédio depois de arrombarem a porta que fica nos fundos da UBS. A Guarda Civil Municipal (GCM) chegou a ser acionada e compareceu ao local, segundo os moradores, após a fuga dos invasores.
Após a ação dos criminosos, vizinhos entraram na UBS e postaram fotos nas redes sociais. Segundo relatos de um morador que prefere não ter o nome identificado, eles encontraram vários documentos de pacientes ainda dentro do prédio. As imagens mostram caixas com a identificação de prontuários ativos, além de aparelhagem para atendimento odontológico, balanças, chaves e equipamentos eletrônicos.
Várias seringas também foram encontradas jogadas no estacionamento que fica no fundo do prédio. O Cruzeiro do Sul esteve no bairro na manhã desta sexta-feira (22) e encontrou seringas ainda no local, sendo que algumas aparentavam uso. A porta da UBS, ainda estourada, estava escorada por um contêiner de lixo. Equipes da Secretária de Saúde vistoriaram a unidade, junto com agentes da GCM. A entrada no prédio não foi autorizada.
Risco de explosão
A UBS foi interditada no dia 11 de janeiro, junto com o a CEI 117 que funcionava no prédio da antiga Oficina do Saber. As duas ficam em um mesmo terreno no Jardim Rodrigo e foram construídas na área de um antigo aterro sanitário. Segundo a Defesa Civil, a área está comprometida pela parcial inoperância dos equipamentos e componentes que fazem parte do sistema de captação de gases instalado no terreno. Por conta disso, há risco de explosão.
De acordo com informações divulgadas pela prefeitura na ocasião, acredita-se que essa situação de falha na drenagem dos gases pelo sistema de captação esteja provocando uma “bolsa de ar” embaixo das instalações, causando o afundamento das estruturas e rachaduras que chegam a seis centímetros de largura. Equipes foram enviadas para o local e retiraram os materiais de dentro do prédio. Só após as invasões é que os moradores descobriram que ainda existem equipamentos no local e que estão sendo alvos de vandalismo.
Moradores pedem solução
Vizinhos de residências perto da UBS pedem uma solução da prefeitura para evitar novas invasões. “Eu não quero ficar assistindo problemas nesse prédio de novo. Já acompanhei todo o tempo que ficou parado, sendo depredado, e agora vejo isso acontecer de novo. É uma tristeza. Não aguento mais essa situação na porta da minha casa”, reclama Vera Brandão, que mora em frente a unidade.
O cabelereiro Leonardo Nunes também é vizinho do prédio. Ele conta que tem receio de ficar perto do local, justamente pelo risco de explosão. “Eles interditam o prédio com um alerta desses e não dão qualquer orientação para a gente que mora aqui perto?”. “Ninguém fala nada. Falta orientação. É um absurdo”, concorda a confeiteira Wyvianne Leite.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul
Edição – Alessandra Santos
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