O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, apresentou sua renúncia nesta terça-feira (26) ao presidente Sergio Mattarella, em uma tentativa de formar um governo novo e mais forte. Mattarella aceitou a renúncia e “reserva-se o direito de decidir [o que fazer a seguir]”. “Conte foi convidado a permanecer no cargo como interino”, disse um comunicado da presidência italiana.
Conte, que pretende formar um segundo governo mais à esquerda, denominado “Conte bis”, tornou-se primeiro-ministro sem nunca ter participado de uma eleição, mas até agora havia demonstrado grande capacidade política para permanecer no poder.
O advogado e professor de direito de 56 anos era um ilustre desconhecido quando assumiu a chefia de um primeiro governo, há dois anos e sete meses. O orador falante, não muito carismático mas tranquilizador, liderava seu segundo governo desde setembro de 2019.
Em meio à pandemia de coronavírus, que derrubou a economia do país e deixou mais de 85 mil mortos, o premiê, privado de maioria parlamentar após a deserção do pequeno partido do ex-chefe do governo Matteo Renzi, apresentou nesta terça-feira sua renúncia.
Renzi explodiu a coalizão governista ao retirar seu pequeno partido Italia Viva, criado em setembro de 2019 em dissidência do Partido Democrata (centro-esquerda). Durante semanas, o efervescente Renzi bateu no chefe do governo italiano, acusando-o de “esbanjar” o maná do colossal plano de recuperação europeu, distribuindo ajuda e reduções de impostos em detrimento dos investimentos em infraestrutura.
Na semana passada, o governo mal conseguiu ganhar um voto de confiança no Parlamento, mas a trégua durou pouco: outra votação marcada para esta semana quase foi perdida por antecipação. Ainda assim, a popularidade de Giuseppe Conte é alta, porque ele foi capaz de bater o punho na mesa durante as negociações europeias para conseguir um plano de solidariedade generoso.
Politicamente independente, mas muito próximo do Movimento 5 Estrelas (descrito como “antissistema” antes de chegar ao poder) e eleitor de esquerda durante toda a sua vida, ele foi levado a primeiro-ministro em uma noite de junho de 2018. O então professor na Universidade de Florença fez juramento como premiê e, uma semana depois, representava a Itália na mesa do G7, no Canadá.
Com informações da AFP.
Edição – Cibelle Freitas.
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