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Editorial: Para onde estamos indo?

Quando a pandemia do novo coronavírus se intensificou, ao final do ano passado e começo deste, muitos questionamentos ficaram no ar.

Onde estão os leitos hospitalares? E os hospitais de campanha, por que foram desativados?

Essas indagações criaram um ambiente tão sombrio quanto o do ano passado em que se vislumbrava, para os próximos 15 dias, um colapso no sistema público e privado de saúde, já que leitos começaram a faltar.

O brasileiro, seja por negacionismo, seja porque segue a onda, acreditou que quando chegasse 2021, o coronavírus deixaria de existir.

Numa singela análise: creu-se que o vírus da Covid-19 era um vírus de calendário, ou seja, terminado 2020, ao virar a folhinha de dezembro para janeiro de 2021, seria vida nova.

Mas não, nada disso! O vírus mostrou que é muito mais habilidoso e se fortaleceu em novas cepas.

Com a chegada das vacinas, então, a coisa desandou.

A maioria das pessoas iludiu-se com a ideia de que assim que tomasse a vacina estaria imune.

Mas, de novo: Não, nada disso! O fato de você tomar a vacina não o torna imune de um minuto para o outro, nosso organismo precisa de um tempo para gerar os anticorpos, então, neste caso, você está vacinado, mas não imunizado.

Considere ainda que a imunidade só virá depois da segunda dose.

E considere ainda que não chegamos nem a 5% do total de brasileiros vacinados.

E aí, a culpa é de quem? Dos governantes, políticos, da população, dos médicos, dos empresários, dos comerciantes ou dos chineses?

Nenhuma das alternativas!

No fundo, a culpa é você acreditar que a doença não existe, mas ela está aí.

Nesta semana, portanto, chegamos a triste notícia de que o Estado de São Paulo, novamente, volta à fase vermelha; e, olha, nem somos o estado em pior situação.

Por conta da circulação de novas cepas do coronavírus, mais letais e mais contagiosas, o Estado de São Paulo volta a castigar o comerciante e o empresário.

Segmentos que mais colaboraram para a contenção do vírus sofrem, novamente, com a quase condição de lockdown.

Você acha justo que empresários que mantiveram empregos, que trabalharam incansavelmente para garantir que seus funcionários fossem preservados, garantindo salários e o trabalho em home office, auxiliando assim no isolamento social, sejam, novamente, obrigados a fechar seus estabelecimentos comerciais?

Onde está o erro então?

Na falta de consciência de centenas de milhares de pessoas e da ineficiência de fiscalização dos governos.

Em Sorocaba, o prefeito Rodrigo Manga conseguiu estabelecer uma logística para evitar festas clandestindas, pancadões, aglomerações, mas nem todos os lugares conseguiram o mesmo feito.

E é aqui que estão os vilões dessa disseminação desumana, que vem fazendo o Estado de São Paulo e o Brasil baterem recordes de mortes por Covid-19.

O governo do Estado errou quando decidiu por fim aos hospitais de campanha e ao reduzir o número de leitos hospitalares, dando a falsa ideia de que tudo estava voltando ao normal.

O vírus, surpreendentemente, deu um looping e ficou mais forte.

Agora, as autoridades sanitárias correm atrás de mais leitos hospitalares para as cidades e já se pensa, inclusive, em reativar hospitais de campanha, visto o risco iminente do colapso do sistema público e privado de saúde.

O pior de toda essa história é que a receita para evitar a disseminação da doença e combater o coronavírus é simples: basta usar máscara, lavar as mãos com frequência e manter o distanciamento social. Veja: distanciamento e não isolamento social.

Então, enquanto os idosos e trabalhadores da saúde estão sendo vacinados, nós, de outros grupos menos vulneráveis à ação terrível desse vírus, deveríamos estar fazendo o quê? Distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos. É só isso! E por que não fazemos?

Agora, a sociedade volta a amargar com a ação do coronavírus que, neste ano, está pior do que no ano passado.

Se tomássemos as devidas precauções, se seguíssemos os protocolos sanitários e se nossos governantes mantivessem os hospitais de campanha e os leitos hospitalares, certamente estaríamos vivenciando um momento diferente e melhor com relação a essa pandemia.

E não precisaríamos ver o comércio e as empresas fechando novamente por conta de uma experiência ruim, que já tivemos e que, de maneira responsável, deveríamos de ter aprendido.

Por que governantes e parte da sociedade continuam errando?

Precisamos de três coisas: manutenção de leitos hospitalares; distanciamento social e de continuar trabalhando.

Festas, encontros, reuniões, tudo isso pode esperar; mas a vida não…, ela precisa continuar.

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!

Cibelle Freitas
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