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Fachin quer apuração do caso que deixou 25 mortos no Rio; para Mourão todos eram bandidos

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma investigação sobre operação policial contra traficantes de drogas na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que deixou 25 pessoas mortas, incluindo um policial. Fachin viu indícios de “execução arbitrária” no episódio.

O plenário do STF determinou no ano passado a suspensão das operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia, referendando liminar proferida por Fachin.

“Os fatos relatados parecem graves e, em um dos vídeos, há indícios de atos que, em tese, poderiam configurar execução arbitrária. Certo de que Vossa Excelência, como representante máximo de uma das mais prestigiadas instituições de nossa Constituição cidadã, adotará as providências devidas, solicito que mantenha este Relator informado das medidas tomadas e, eventualmente, da responsabilização dos envolvidos nos fatos”, escreveu Fachin, em ofício assinado na última quinta-feira.

Já o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, classificou nesta sexta-feira (7) como “bandidos” os mortos na favela do Jacarezinho na operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro.

“Tudo bandido! Entra um policial numa operação normal e leva um tiro na cabeça de cima de uma laje. Lamentavelmente, essas quadrilhas do narcotráfico são verdadeiras narcoguerrilhas, têm controle sobre determinadas áreas e é um problema da cidade do Rio de Janeiro”, declarou o militar ao chegar para despachar no Palácio do Planalto. “É um problema sério da cidade do Rio de Janeiro, que vamos ter que resolver um dia ou outro”, completou o vice-presidente.

Um dia depois da operação policial que matou 25 pessoas na favela do Jacarezinho, um grupo com cerca de 50 pessoas realizou uma manifestação em frente à Cidade da Polícia, que reúne delegacias especializadas da Polícia Civil, nesta sexta. A operação de quinta-feira foi realizada por 250 agentes da corporação.

A Operação Exceptis ocorreu a partir das 6 horas de quinta-feira, 6, pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), em conjunto com outras delegacias da Polícia Civil do Rio, com o objetivo de prender 21 acusados de aliciar crianças e adolescentes para o tráfico de drogas na comunidade.

Depois da ação que resultou em 25 mortes, o Ministério Público informou que adotou medidas para verificar os fatos, “de modo a permitir a abertura de investigação independente para apuração dos fatos, com a adoção das medidas de responsabilização aplicáveis”. Por decisão do Supremo Tribunal Federal, operações policiais no Rio estão restritas durante a pandemia.

Com informações do Portal R7

Edição – Alessandra Santos

Cruzeiro FM
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