O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou hoje (8) a prestar depoimento à CPI da Covid, no Senado Federal.
Queiroga volta à comissão depois de ter seu primeiro depoimento, no início de maio, contestado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) e por vários integrantes da comissão.
Nesta terça-feira, aos senadores, ele afirmou que a cloroquina e os demais remédios do tratamento precoce da Covid-19, como a ivermectina, não tem eficácia comprovada.
“Essas medicações não têm eficácia comprovada. Esse assunto é motivo de discussão na Conitec. Se eu ficar discutindo a discussão do ano passado, eu não vou em frente”, disse o ministro.
A afirmação contrasta com o discurso do presidente Jair Bolsonaro, que já fez por diversas vezes a defesa do uso destes medicamentos.
Também sobre o tratamento precoce, Queiroga foi questionado pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por que não revogou nota informativa do Ministério da Saúde com orientações para o uso de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid. O ministro disse que ela “perdeu o objeto” e “não tem efeito legal’.
“Essa questão [o uso de hidroxicloroquina e ivermectina contra a Covid], que espreita o enfrentamento à pandemia desde o início, tem gerado uma forte divisão na classe médica. De um lado, há aqueles como eu, que sou mais vinculado às sociedades científicas, e há o pensamento, do outro lado, dos médicos assistenciais que estão na linha de frente, que relatam casos de sucesso com esses tratamentos. Eles discutem de maneira muito calorosa.”
“A mim, como Ministro da Saúde, cabe procurar harmonizar esse contexto, para que tenhamos uma condição mais pacífica na classe médica e possamos avançar”, disse.
Ele explicou que a pasta levou o caso à Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), que determinou a não utilização dos remédios cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina para pacientes infectados pelo novo coronavírus nos hospitais.
Não é censor do presidente
O ministro da Saúde ainda destaciu que não cabe a ele julgar as ações e aglomerações promovidas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Ao dizer que ele, particularmente, tem recomendado medidas não farmacológicas, como uso de máscaras e isolamento social a todos os brasileiros, “sem exceção”, foi questionado se Bolsonaro também era orientado por ele.
“Eu sou ministro da Saúde, eu não sou censor do presidente da República. Eu faço parte de um governo. O presidente da República não é julgado pelo ministro da Saúde”, declarou.
“Cabe a todos aderir a essas recomendações”, completou. Na visão do ministro, as medidas sanitárias da pasta estão claras e postas a toda a sociedade.
Queiroga disse que já orientou o presidente sobre uso de medidas não farmacológicas. “Mas não vou fazer juízo de valor sobre as ações dele.”
“Quando ele [Bolsonaro] está comigo, na maioria das vezes, ele usa máscara”, observou o ministro.
Queiroga voltou a prometer, no início de seu depoimento, que com as doses contratadas dos laboratórios, será possível vacinar toda a população brasileira acimad de 18 anos até o fim do ano, e afirmou que os números da pandemia da covid-19 mostram um recuo da doença no país.
“Hoje vivemos um cenário sanitário que não é tranquilo, mas houve uma desaceleração”, disse.
Edição – Alessandra Santos
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