O jornal Cruzeiro do Sul, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), completa hoje 118 anos de circulação ininterrupta, renovando seu compromisso com Sorocaba. Desde o dia 12 de junho de 1903, o matutino vem registrando os acontecimentos da cidade e acompanhando seu progresso.
Durante esses longos anos de vida, o Cruzeiro esteve ao lado das necessidades da população, informando e cobrando melhorias das mais de 30 administrações municipais que comandaram a cidade nesse período. O foco do jornal, porém, mantém-se inalterado: o bem-estar dos sorocabanos e o desenvolvimento da cidade.
César Augusto Ferraz dos Santos, presidente do Conselho de Administração da FUA, lembra que o Cruzeiro do Sul é hoje um dos mais antigos em circulação no Brasil e continua mantendo sua credibilidade e a representatividade jornalística em Sorocaba e região.
“É um desafio muito grande e ao mesmo tempo uma satisfação manter nosso Cruzeiro do Sul ativo, forte e relevante como sempre foi. Apesar da crise pela qual os jornais impressos vêm enfrentando há anos, o Cruzeiro continua presente nos lares e escritórios das pessoas formadoras de opinião na cidade. Observo que um fator a nosso favor é a modernização constante do jornal. Além do impresso, que vem passando por uma atualização de layout em suas páginas, temos a versão digital e também acabamos de lançar um novo site, mais rápido, eficiente, ‘limpo’ e agradável de navegar, pelo qual transitam em média um milhão de usuários únicos por mês”, afirma.
Além disso, acrescenta César, o Cruzeiro está presente nas diversas plataformas e mídias sociais, como YouTube, Facebook, Instagram, com aproximadamente 400 mil seguidores somados.
“Só no Instagram, por exemplo, crescemos mais de 30% em um ano e alcançamos mais de 80 mil seguidores”, comemora, citando ainda produtos novos como o Remix, que consiste na divulgação diária de pequenos vídeos no Instagram com os principais destaques das edições, e o Podcast Cruzeiro Express.
“Nossa audiência é grande, os usuários únicos giram em torno de milhão, ou seja, temos uma Sorocaba e meia lendo o jornal, o que demonstra a penetração e influência do Cruzeiro em toda a região metropolitana. Estamos muito entusiasmados com o futuro do jornal, trabalhando sempre pela inovação, buscando novos desafios e resultados, novas parcerias e produtos.”
César ainda destaca que o jornal disponibiliza a seu assinante o Projeto Memória, por meio do qual é possível ter acesso a todas as edições impressas digitalmente.
“O Cruzeiro é o veículo de comunicação de maior relevância na cidade, de um ponto de vista histórico, aliás, indiscutível no registro constante da história de Sorocaba”, complementa.
Apesar de o jornal estar atualizado com as novas tendências tecnológicas da comunicação, César diz acreditar que o jornal impresso ainda vai resistir por muitos anos.
“O fundamental para qualquer jornal é se manter independente, levar a verdade por escrito a nosso leitor, dar a notícia, doa a quem doer, e o que conseguimos com essa postura firme é manter a credibilidade, a relevância e o respeito que o Cruzeiro tem e continuará tendo.”
Desde os últimos meses, com a entrada do editor-chefe Guilherme Gomes Pinto, a ideia é investir ainda mais nas notícias locais, da cidade. Ter como foco principal o sorocabano.
“As outras notícias já estão disponíveis na internet, TV, outros meios; de alguma maneira, a notícia de âmbito estadual e nacional chega rapidamente ao leitor, mas as notícias locais, estas, se não for pelo Cruzeiro do Sul, a pessoa não tem acesso à informação fidedigna”, ressalta César.
Mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral, entidade sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da filantropia, o jornal tem como missão realizar um serviço educativo e de cidadania, por meio de uma comunicação isenta.
“Somos todos voluntários no Conselho de Administração e temos como objetivo final a educação de nossas crianças e jovens, que são o futuro de nossa cidade e país. Investimos cada centavo que temos nessa missão há décadas. Esse é o serviço social da FUA. Todos os conselheiros entendem o jornal dessa forma, como meio para se atingir o objetivo mais nobre: comunicação, educação e cidadania”, afirma.
“Informações são dadas e conhecimentos organizados que constituem referências sobre um fato. O sentido da palavra nunca mudou, mas hoje seu conceito é um pouco mais complexo e diversificado. Esse processo de partilhar e tornar comum a informação vive em constante mutação. Computadores, celulares, redes sociais e outros veículos certamente surgirão. Em Sorocaba, de maneira séria e confiável, sobrevive a forma mais clássica desse processo: a escrita e impressa”, afirma Valdir Euclides Buffo Júnior, presidente do Conselho Superior da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA). Ele ressalta que o jornal Cruzeiro do Sul, há 118 anos, registra a história da cidade, destacando-se entre os principais diários do país.
“Em números aproximados, atualmente, o jornal tem tiragem diária média de mais de 20 mil exemplares, e, em 2020, foram aproximadamente 2,3 milhões de acessos mensais no portal”, diz ele. Buffo também destaca o papel dos mantenedores.
“Alicerçados nos princípios da Loja Maçônica Perseverança III, focados na crença de que somente a educação pode construir um mundo melhor, os atuais 81 conselheiros, sem esquecer dos fundadores, dentre eles, o conselheiro Laelso Rodrigues, e, também, daqueles que já partiram, permanecem unidos para manter, aprimorar e preparar este centenário jornal para o futuro. Parabéns, jornal Cruzeiro do Sul!”, celebra.
Igualmente, Laelso Rodrigues, conselheiro-fundador e um dos instituidores da FUA, sente-se muito feliz com mais esse ano do jornal. Laelso, que tem 89 anos, está prestes a completar 60 anos de dedicação ao Cruzeiro do Sul. Ele lembra que o jornal, fundado pelos irmãos Joaquim Firmino de Camargo Pires (Nhô Quim Pires) e João Clímaco, teve vários donos até ser adquirido pelos membros da Loja Maçônica Perseverança III, em 1963.
A ideia era, com a arrecadação do jornal, manter as atividades filantrópicas realizadas pelo grupo. “O Paulo Pence Pereira que falou sobre adquirir o jornal para mantermos as entidades. Éramos 21 associados da Loja PIII e, numa decisão do grupo, adquirimos as ações da editora Cruzeiro do Sul. E eu fui chamado para ser o coordenador. Fiz o primeiro relatório”, recorda.
Para manter o jornal, foi criada em 1964 a Fundação Ubaldino do Amaral, para a qual os membros da PIII doaram as ações adquiridas. Na época, o Cruzeiro era um jornal pequeno. A partir de então, teve início o processo de modernização da empresa, que se tornou uma entidade sem fins lucrativos.
Laelso, que foi presidente do Conselho de Administração da FUA e, consequentemente, do jornal, nos anos 1966-1967, depois de 1977 a 1980, e de 2010 a 2013, cita momentos marcantes de sua gestão. Um deles foi quando o jornal mudou do Centro para o Alto da Boa Vista. “Foi uma revolução, afinal, a antiga sede já tinha se tornado pequena para o tamanho que estava o jornal.” Mais um acontecimento emocionante para ele foi quando o jornal passou a ter 50 mil exemplares. Período de auge dos impressos.
Único dos instituidores da FUA ainda vivo, Laelso sente muito orgulho de ver tudo o que foi construído durante todo esse tempo. “Para mim, que já vivenciei muitas coisas, acompanhei o surgimento da TV, da internet, tenho satisfação de ver que o Cruzeiro é ainda o maior jornal do interior do Brasil. E ainda tudo o que aconteceu está registrado, temos tudo digitalizado. Quando qualquer pessoa quer saber de algum assunto relacionado a Sorocaba, precisa recorrer ao jornal.”
Laelso diz acreditar que o futuro do jornal está garantido, já que se mantém alinhado às novas tecnologias. E, mais do que isso, é uma fonte segura de informações. “Em meio à tanta fake news, é tendência as pessoas recorrerem ao jornalismo profissional, que oferece informação confiável aos leitores.”
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul
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