Senadores governistas da CPI da Covid informaram nesta quinta-feira (24) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repassou para o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, verificar as possíveis irregularidades no contrato da compra da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin.
A informação foi dada durante coletiva de imprensa dos senadores Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RO), após reunião com o ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral da Presidência) no Palácio do Planalto, em Brasília.
“O presidente da República determinou, quando soube, entre diversos assuntos que esse deputado (Luis Miranda) foi tratar, o presidente falou para o ministro Pazuello verificar. Como não tinha nada de errado, a coisa continuou”, afirmou Mello.
“Todos os procedimentos serão encaminhados conforme ele anunciou ontem: perícias, documentos que não são verdadeiros, apresentados por esse deputado e pelo irmão dele, que é servidor público, que deveria zelar pelo serviço público. Todas as perícias e encaminhamentos, o próprio governo já encaminhou para todas as esferas de poder”, completou o senador governista.
Durante o encontro, Rogério disse também que teve acesso aos documentos e demais informações que vão contribuir para a defesa dos senadores governistas em relação ao tema quando for levado à CPI. Os depoimentos do deputado e de seu irmão estão marcados para essa sexta-feira (25).
“No momento em que está na linha de frente do enfrentamento da pandemia, você ter esse tipo de ataque ao Ministério da Saúde sem a devida cautela, de se checar antes as informações e já partir para o ataque, para acusações graves, isso representa uma ameaça ao devido processo administrativo, que pode representar prejuízos aos trabalhos da pasta”, argumentou Rogério.
O deputado citado pelos senadores é Luis Miranda (DEM-DF), que alertou em 20 de março o presidente Bolsonaro sobre indícios de irregularidade na negociação, feita pelo Ministério da Saúde, para a compra da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin, que teve 20 milhões de doses compradas por R$ 1,6 bilhão.
O parlamentar é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, que relatou ao MPF (Ministério Público Federal) ter sofrido pressões anormais por meio de mensagens de texto, e-mails, telefonemas, pedidos de reuniões, inclusive fora do expediente, para superar entraves na compra do imunizante.
Com informações do Portal R7
Foto: Jeferson Rudy/ Agência Senado
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