O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) irá assumir a Casa Civil em reforma ministerial prevista para a próxima semana. “Está praticamente certo, teremos um senador na Casa Civil que pode manter um diálogo melhor com o parlamento”, declarou.
Entre as mudanças também confirmadas por Bolsonaro, está a ida do atual ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, para a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Onyx Lorenzoni, que assumirá a nova pasta do Emprego e Previdência.
As confirmações foram feitas nesta quinta-feira (22) em entrevista do presidente à rádio Banda B, de Curitiba (PR).
Bolsonaro também comentou que Nogueira é uma pessoa que ele conhece “há muito tempo” pela antiga filiação ao Progressistas e que já conversou com ele sobre os próximos passos. “Não vamos ter problema nenhum no tocante a conduzir a Casa Civil”, declarou.
Para o presidente, esta é a pasta mais importante do governo pois prevê a “coordenação dos ministérios”, o que poderá ser beneficiada pela “experiência” do senador. “Ele pode, no meu entender, fazer um bom trabalho”, concluiu.
Bolsonaro também afirmou que o ministro Paulo Guedes, da Economia, teria concordado com a divisão da pasta.
“O Paulo Guedes tem um ministério enorme, é um esforço de manter funcionando, ele mesmo concordou com a retirada de Trabalho e Previdencia. Dá uma descompressão no Paulo Guedes e deixa o Onyx tratar dessa questão importantissima”, disse. “Não vai pesar em nada, não custa nada, não vamos criar cargos”, afirmou.
O presidente disse que a reforma ministerial irá preceder possíveis mudanças em programas como o Bolsa Família. Bolsonaro afirmou que o governo estuda reformular, até novembro, o programa de assistência social para que ofereça R$ 300. A pasta da Cidadania, que coordena o programa, é atualmente gerida por João Roma.
Questionado sobre o andamento da PEC do Voto Impresso na Câmara dos Deputados, que, segundo deputados, não deve ser aprovada, Bolsonaro voltou a criticar o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“De repente, o ministro Barroso, do nada, vai para dentro do parlamento se reunir com líderes. O que muitos desses líderes fazem: trocam integrantes da comissão e colocam parlamentares contrários, eles querem ver se matam o projeto na comissão. Ele [Barroso] tem medo do quê? Estaria a refém de alguém? Acredito que não”, disse.
Bolsonaro comentou novamente sobre supostas “fraudes” nas eleições de 2014 e 2018 e disse que, na próxima quinta ou sexta-feira, irá apresentar o conteúdo prometido.
Além de voltar a criticar a atuação da CPI da Pandemia, Bolsonaro comentou casos investigados pela comissão, como o suposto pedido de propina, por parte do ex-diretor de Logística da Saúde, na compra de doses da AstraZeneca intermediada pela empresa Davati Medical Supply.
“Tinha uma pressão enorme pra que nós comprássemos vacinas a qualquer preço sem aprovação da Anvisa. Acreditar que um cabo da policia tinha 400 milhões de doses pra vender é acreditar no Papai Noel. Isso não existe”, disse Bolsonaro.
Com informações da CNN Brasil. Foto: Reprodução.
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