Entidades que reúnem caminhoneiros autônomos do país estão convocando manifestações para este domingo (25), em meio a chamamentos esparsos de greve nacional de uma pulverizada categoria que enfrenta preços elevados de combustíveis, mas que segue dividida no apoio ao governo de Jair Bolsonaro.
Chamados para greves nacionais estão sendo feitos há meses por parte da categoria, mas as convocações até agora não conseguiram uma união como a que ocorreu em maio de 2018. Naquele momento, a paralisação de cerca de 10 dias dos motoristas forçou o governo do então presidente Michel Temer a aprovar às pressas uma tabela de pisos mínimos de frete que até hoje aguarda avaliação de legalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
Nesta sexta-feira (23), a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), vinculada à CUT, afirmou em comunicado que apoia o movimento e que “orienta que todos os seus 800 mil caminhoneiros autônomos e celetistas participem desse movimento, fazendo protestos em suas localidades”. O texto não menciona especificamente a convocação de greve.
A chamada pela paralisação dos motoristas está sendo feita pelo CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), entidade criada no ano passado.
Em fevereiro, depois de uma fracassada convocação de greve pela CNTRC, em meio a sucessivos aumentos de preços de combustíveis pela Petrobras, Bolsonaro fez ameaças de troca do presidente da estatal, fato que acabou se consumando em meados de março, com a não renovação do contrato de Roberto Castello Branco.
Segundo a CNTTL, os caminhoneiros cobrarão no domingo revisão da política de preços da Petrobras, que acompanha os preços internacionais do petróleo, e também “aprovação da aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho e julgamento da constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete” pelo STF.
“Em 2018 o Brasil parou porque o diesel estava em R$ 2,93 o litro. Hoje, o diesel é no mínimo R$ 4,30 e os fretes pagos pelo transporte de cargas são os mesmos de 2018, 60% do valor do frete é gasto com combustível”, afirmou o porta-voz da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, em comunicado à imprensa.
Procurado, o Ministério da Infraestrutura questionou a representatividade do CNTRC e afirmou que “reforça a necessidade de entender o caráter difuso e fragmentado de representatividade do setor, seja regionalmente, seja pelo tipo de carga transportada, antes de divulgar qualquer informação referente à categoria”.
“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo”, acrescentou o ministério.
Com informações do Portal R7
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