Jornalismo

Diferença entre nascimentos e óbitos no 1.° semestre é a menor desde 2003, em Sorocaba

A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população de Sorocaba.

Além das 2.600 vítimas fatais atingidas pela doença na cidade, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil em Sorocaba, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em números absolutos os cartórios de Sorocaba registraram 4.426 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 78,5% maior que a média histórica de óbitos na cidade, e 70,4% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses em Sorocaba. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 85,4%.

Com relação aos nascimentos, até o final do mês de junho foram registrados 4.705, número 6,6% menor que a média de nascidos na cidade desde 2003, e 9,6% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 16,2% em Sorocaba.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre na cidade de Sorocaba, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 2.558 nascimentos a mais, caiu para apenas 279 em 2021, uma redução de 89,1% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 89,3%, e em relação a 2019 foi de 91,3%.

“Com o Portal da Transparência, podemos visualizar a real condição que a sociedade está passando, como o grande aumento no número de óbitos e a diminuição dos nascimentos”, comentou Luis Carlos Vendramin Junior, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP). “Por meio da plataforma, o Poder Público pode fazer uma análise dos impactos da doença e trabalhar as políticas necessárias para atendimento à esta nova realidade populacional”, concluiu.

Natalidade e Casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Sorocaba, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 a cidade registrou o sétimo menor número de casamentos desde o início da série histórica em 2003.

Embora 9% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre em Sorocaba, o número de matrimônios em 2021 mostra uma recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença.

Até junho deste ano os cartórios celebraram 1.863 casamentos civis, número 8,9% maior que os 1.711 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 24% menor que os 2.452 casamentos celebrados em 2019.

Com informações da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP) 

Cruzeiro FM
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