Jornalismo

Mercados reagem à ameaça de fim do teto de gastos e ao aumento do risco no Brasil

O mercado financeiro começou a quinta-feira (21) reagindo à ameaça de fim do teto de gastos e ao consequente, avanço do risco de se investir no Brasil.

Na véspera, o ministro da Cidadania, João Roma, confirmou o Auxílio Brasil de R$ 400 para 17 milhões de famílias. Ninguém questiona a necessidade de oferecer ajuda às famílias vulneráveis nesse momento. O grande problema é que nem Roma, nem Paulo Guedes, ministro da Economia, explicaram de onde virá o dinheiro.

Ao tentar explicar, Guedes disse que pensa em duas alternativas: a primeira é um “puxadinho” de R$ 30 bilhões no teto, regra constitucional que limita os gastos públicos à inflação do ano anterior. A lei foi criada em 2016, num momento em que os gastos do governo federal ficavam 6% acima do índice oficial de preços.

A segunda é uma sincronização dos índices de inflação que corrige o limite do teto e as despesas do governo, que abriria espaço de R$ 45 bilhões. Mas o ministro não detalhou como isso seria possível. Economistas comentam que ninguém está entendendo esse número.

Seja mudando a correção do teto, seja fazendo um puxadinho, economistas interpretam que o governo está abandonando o teto de gastos e estamos num ponto de inflexão na política econômica.

A âncora fiscal do país está deixando de existir, o que abre a porta para a escalada de gastos, o que afeta a percepção de risco, inflação, juros e dívidas.

Uma segunda leitura é que isso acontece para abrir espaço não para um programa social, mas para emendas parlamentares, num sinal de populismo.

Por fim, o relator da reforma do Imposto de Renda avalia corrigir em 41% todas as faixas da tabela do IR. Com reajuste maior, a margem para arrecadação diminui. Lembrando que o governo contava com a reforma para ter fonte de renda para o IR, mas apesar da pressão, o relator reforçou que não vai apressar o assunto.

As informações são da CNN Brasil. Foto: Reprodução.

Cibelle Freitas
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