O Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta quinta-feira (4), não recomenda a retomada irrestrita de eventos com aglomeração antes que 80% da população brasileira esteja completamente vacinada, seja com as duas doses de uma vacina contra a Covid-19 ou com um imunizante de dose única.
De acordo com o Localiza SUS, plataforma do Ministério da Saúde, apenas 56% da população está com o esquema vacinal completo. Para os pesquisadores responsáveis pelo boletim, a meta de imunização deve incluir crianças e adolescentes.
“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, afirmaram por meio de nota.
Os cientistas também destacam que países do Leste Europeu e os Estados Unidos vêm apresentando surtos de Covid-19 em decorrência da baixa cobertura vacinal, o que, para eles, deve ser evitado no Brasil.
“A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação”, ressaltaram.
Segundo o Boletim do Observatório Covid-19, o cenário brasileiro ainda é de estabilidade das taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Dados da semana epidemiológica 43, período entre 24 e 30 de outubro, indicam uma redução diária de 0,7% do número de novos casos.
O número de óbitos, no entanto, registrou 0,4% de redução, uma velocidade menor depois de 14 semanas de redução acelerada e sustentada com velocidade de 1 a 2 %. A Fiocruz destaca que, embora o registro de casos e de mortes por Covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta.
“O que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa. O Índice de Permanência Domiciliar mostra, por exemplo, que há mais pessoas nas ruas do que antes da pandemia”, ressalta o boletim.
A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adultos no SUS se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte dos estados do país, com exceção do Espírito Santo, que permanece na zona de alerta intermediário com 67% de ocupação. Apenas dois estados registram aumento expressivo: Pará (34% para 47%) e no Rio Grande do Norte (41% para 50%).
Com informações do Portal R7
Foto: Freepik
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