Editorial

Editorial: O transplante da vida (26/11/2021)

A partir de 2022, o Hospital do Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), inicia o serviço de transplante de medula óssea em crianças pelo SUS (Sistema Único de Saúde). 

Este era um grande desejo dos fundadores e colaboradores do Gpaci, que é referência para, pelo menos, 48 municípios.

Segunda-feira passada foi um dia de grande glorificação para os voluntários dessa importante iniciativa, que já curou centenas de crianças dessa doença.

A convite do deputado federal Capitão Derrite, do Partido Progressista, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve em Sorocaba para habilitar o Hospital do Gpaci como unidade de alta complexidade oncológica para realizar o transplante de medula óssea pelo SUS.

O gosto de vitória ecoava pelos corredores do hospital, onde diversas crianças e adolescentes fazem tratamento e são acompanhados por uma equipe de profissionais da saúde.

Com diversos tipos de câncer, crianças e adolescentes, de zero a 18 anos de idade, são atendidos com excelência pelo Hospital do Gpaci que, em junho deste ano, completou 38 anos de existência.

A portaria do Ministério da Saúde, que concedeu autorização ao Hospital do Gpaci para a realização dos transplantes de medula, foi publicada em agosto deste ano.

O setor de medula óssea do Hospital do Gpaci já está praticamente pronto, com 10 leitos, e dependia da autorização do Ministério da Saúde para iniciar os procedimentos.

Inicialmente, deverão ser atendidos 10 pacientes por período, que é composto por 60 dias ou dois meses.

Serão realizados procedimentos autógenos, pelo qual se usa a médula do próprio paciente, e, também, halogênicos, para o qual se emprega a medula de um doador.

Atualmente, o Gpaci oferece atendimentos em pelo menos 14 áreas para as 48 cidades do Departamento Regional de Saúde de Sorocaba, o DRS-16.

Não há dúvidas de que, ao longo destas quase quatro décadas, o Gpaci contribuiu, sobremaneira, com a reconstrução de muitos lares afetados cruelmente por uma doença mais cruel ainda.

O trabalho preventivo, o tratamento, o acompanhamento, o atendimento aos familiares de pacientes e a preocupação da diretoria do Gpaci com os estudos das crianças e adolescentes que, por vezes, precisam parar com as aulas regulares para dedicarem-se ao tratamento fazem com que os pacientes vençam a doença e curem-se plenamente.

Com essa nova vertente no transplante de medula óssea, o Gpaci consolida-se, definitivamente, como uma instituição do terceiro setor altamente gabaritada para atuar em um segmento extremamente delicado na área da saúde.

A dedicação de centenas de voluntários e a colaboração da sociedade sorocabana e de parte da população de outros municípios, além dos mais de 30 anos de realização do McDia Feliz vêm ao longo do tempo ajudando o Gpaci a se construir e melhorar sempre até chegar à excelência no atendimento de câncer infantojuvenil.

Agora, com o setor de transplante de medula óssea, o Hospital do Gpaci dá um salto em qualidade e na complexidade do atendimento a pacientes infantojuvenis.

Para muitos pacientes oncológicos e hematológicos,  o transplante de medula óssea representa a grande chance de vencer a doença.

Ele é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas.

Consiste, portanto, na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.

No transplante, o paciente é submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula.

Então, ele recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue.

Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.

Operando há cerca de 40 anos em uma cidade solidária, não é preciso nem dizer que o Gpaci, certamente, vai encontrar muitos doadores de sangue e de medula óssea a partir de 2022.

E na melhor definição do que é solidariedade, citamos aqui a Fundação Matias Machline, um dos maiores projetos sociais de educação do Brasil e que fica em Manaus.

Solidariedade é identificar-se com o sofrimento do outro e, principalmente, dispor-se a ajudar a solucionar ou amenizar o problema.

Ser solidário, portanto, não é dar esmolas, porque a construção de uma sociedade mais justa é responsabilidade de todos nós.

Cruzeiro FM, número um em Jornalismo!!!

Cibelle Freitas
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