Editorial

Editorial: Uma questão animal (28/01/2022)

A quantidade de animais abandonados aumentou muito no período da pandemia do novo coronavírus, seja pela morte dos tutores ou pela falta de interesse da família em continuar com os cuidados ou, até mesmo, o abandono por dificuldades financeiras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, somente no Brasil, exista mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo cerca de 10 milhões de gatos e aproximadamente 20 milhões de cães.

Em entrevista ao repórter André Fazano, a veterinária Vanessa Zimbres, especialista em medicina felina, explicou como as pessoas devem proceder para recolher um animal abandonado, em especial filhotes.

No caso dos filhotes, é importante que a pessoa aguarde certo tempo para ver se a mãe não saiu para buscar alimento.

Se depois disso notar que de fato a mãe não voltou, o resgate deve acontecer.

A princípio, a pessoa deve levar para casa e oferecer um abrigo temporário e, depois, procurar ajuda veterinária para o animal se recuperar.

Essa iniciativa deve ser a mesma com animais adultos, mas sempre tendo o cuidado de verificar se o animal está ferido e se não está arredio para não ser atacado.

A responsabilidade de cuidar dos animais domésticos é, necessariamente do dono, do tutor, porém, quando este pratica o ato de maus-tratos e o abandona, os órgãos municipais devem entrar na questão para o controle de natalidade, como castração e doação desses animais.

Ocorre que o número de abandono é muito grande, e os órgãos municipais não têm braços para auxiliar a toda essa demanda, porém, isso não significa que a administração pública deva virar as costas e ignorar o fato, até porque animais abandonados passam pela questão de saúde sanitária.

Em Sorocaba, a prefeitura vem lançando ações importantes para o resgate de animais acidentados ou doentes, porém, o mesmo serviço não é usado para o resgate de animais abandonados, restando para o cidadão ou ONGs que atuam no segmento.

Apesar de ainda não oferecer o serviço de retirada de animais abandonados das ruas, a Prefeitura de Sorocaba dá passos importantes para tentar equacionar esse grave problema social.

A Patrulha e o Resgate Animal, que ficaram conhecidos como Samu Animal, buscam dirimir pelo menos uma aresta, que é a remoção das vias públicas de animais feridos.

Por outro lado, é imprescindível que os governos municipais busquem ações específicas, como as castrações em massa, e criem políticas públicas eficientes para a redução desses números.

Sorocaba avança nessa questão, mas ainda engatinha sobre o tema.

Há muitas reclamações de ouvintes da Cruzeiro FM e de leitores do jornal Cruzeiro do Sul de que o Samu Animal não vem atendendo adequadamente.

Por isso, é importante que os serviços lançados pela administração pública sejam claros e de fácil entendimento para o cidadão; é preciso que sejam transparentes.

Outros municípios da região de Sorocaba precisam também se debruçar sobre a questão.

Votorantim, por exemplo, implantou a Unidade Básica de Saúde Animal, mas ainda o atendimento é tímido, considerando que as consultas ocorrem apenas às quartas-feiras.

Além disso, nessa unidade, segundo a Prefeitura de Votorantim, só são feitos procedimentos de baixa complexidade como, por exemplo, consultas para avaliação geral e vacinação antirrábica, não sendo possível o atendimento de urgência e emergência.

É um passo, mas ainda muito curto para resolver o problema, afinal, um animal atropelado deverá ser levado para onde?

Em Sorocaba, a prefeitura também teve a iniciativa de encaminhar à Câmara Municipal um projeto de Lei que aumenta as multas para quem cometer maus-tratos a animais.

A ideia desse novo texto, segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal, Antonio Prieto, em entrevista ao repórter Caio Rossini, é inibir não só a agressão aos pets, como, também, a falta de cuidados, como deixar os animais sem água ou comida ou sem abrigo do sol e da chuva.

Caso o projeto seja aprovado pelo Legislativo, a multa por maus-tratos poderá chegar a até R$ 50 mil.

São exemplos importantes para tentar resolver essa questão, porém, há muito ainda por se fazer nesse contexto e cabe, naturalmente, a deputados, senadores, vereadores e gestores municipais buscarem recursos e parcerias para entregar à sociedade um serviço completo e eficiente no combate ao abandono de animais.

Cruzeiro FM, número um em jornalismo!!!

Cibelle Freitas
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