Festa Tecnogênero marca a participação de artista local em FRESTAS

A Maloca Centro Cultural é tema de uma das obras comissionadas para a 3ª edição da Trienal de Arte Contemporânea – FRESTAS – O rio é uma serpente – e, para marcar o encerramento, está produzindo a Festa Tecnogênero, que será realizada neste sábado (29), a partir das 18h, na própria sede. A entrada custará R$10 por pessoa.

Pela primeira vez em uma trienal de artes e, sendo a única artista sorocabana na 3ª edição de FRESTAS, Ella Vieira, leva o espaço Maloca Centro Cultural para a exposição, enquanto um projeto na cidade, para a cidade, feito por pessoas da cidade. Intitulada como “A tridimensionalidade do espaço como potência ética criativa”, o trabalho da artista se relaciona com memórias afetivas do espaço. “A minha pesquisa diz muito sobre relações, como nos relacionamos com pessoas, ideias, coisas, espaços. Fala sobre corpo, olhar a cidade, observar a cenografia da cidade, a coreografia que a cidade estabelece. E poder, o que posso, o que não posso, que poderes podem sobre o meu corpo, meu corpo é meu?”, comenta Ella.

Considerando que a obra (Maloca Centro Cultural) se constitui como um ponto de encontro importante na luta pelo acesso à cultura e educação não formal, produzindo e promovendo encontros seguros para celebração e trocas de saberes, a Festa Tecnogênero é uma realização da Maloca, com apoio do Sesc Sorocaba, para marcar o encerramento da trienal de artes na cidade.

O evento começará com uma leitura coletiva conduzida pela assistente de curadoria da 3ª edição de Frestas, Camila Fontenele, que guiará a leitura de seu texto “A PROFECIA É ÁGUA ESCURA E MISTERIOSA, SEMPRE PRESENTE”, abrindo espaço para diálogo e reflexões importantes para se olhar a cidade e suas complexidades já engessadas. Logo após, a artista Musa da Parada LGBTQIA+ de Itu, Tarragó, intitulada como “Terrorista Audiovisual”, apresenta uma performance musical e visual sobre seus experimentos que surgem de gritos e tornam o silêncio o maior aplauso que alguém pode ouvir. Além de Tarragó, a DJ sorocabana, Choice Lusia, cuidará da discotecagem da festa.

O cantor e compositor paulistano, Ali Prando, fará o show de encerramento com músicas do seu último EP lançado “Glitch”, que conta a história de uma inteligência artificial que questiona a sua existência após contato com humanos. As canções de Ali são inspiradas do house music e conceitos da filosofia queer, onde os questionamentos de gêneros são substituídos pela simples liberdade dos corpos. 

E para além disso, Ella Vieira – a única artista sorocabana na trienal – ainda reforça que a sua pesquisa para a trienal é sobre práticas e éticas, que a sociedade como um todo precisa tornar parte das práticas cotidianas, ou como ela chama, tornar corpo. “A minha obra para Frestas, é a Maloca Centro Cultural e toda história que o prédio carrega desde que foi construído em cima do rio Supiriri na década de 30, desde a relação do edifício com a cidade e a cidade com o edifício, fala sobre práticas pedagógicas decoloniais que visam ações de transformação, de emancipação para melhor viver. A obra não acontece apenas no espaço expositivo da Trienal, ela está na cidade, acontece na cidade e não acaba dia 30 de janeiro, ela continua em Sorocaba porque ela está antes e vai continuar depois, é uma obra que acontece continuamente para este território”, finaliza.

A entrada será limitada a 70 pessoas, com classificação etária de 18 anos. Obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação com a segunda dose recebida há pelo menos 14 dias, bem como o uso de máscaras enquanto não estiver consumindo no local. A Maloca Centro Cultural conta com acessibilidade para PCD’s e está localizada na Rua Francisco Scarpa, 321, Centro. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente através do Sympla ou na portaria do evento conforme disponibilidade, o valor será de R$10 por pessoa.