Sorocaba confirmou o primeiro caso da subvariante BA.2 da Ômicron. A informação foi divulgada pela Prefeitura nesta terça-feira (8). De acordo com a Secretaria da Saúde (SES) trata-se de um homem, de 35 anos, morador da cidade.
O paciente é ajudante de caminhoneiro e viajou para São Paulo antes de apresentar sintomas da doença. No dia 23 de dezembro de 2021,o homem teve dor de garganta, dor de cabeça e febre por três dias, depois não apresentou mais sintomas. O teste do paciente foi coletado em 27 de dezembro de 2021. O morador de Sorocaba já havia tomado as três doses da vacina e não precisou ser hospitalizado.
Até o momento, esse é o terceiro caso confirmado da subvariante no Estado. Já em todo o Brasil, foram confirmados sete casos, de acordo com o Ministério da Saúde. Além dos três em São Paulo, três no Rio de Janeiro e três em Santa Catarina.
A Secretária de Saúde do estado informou que ainda está realizando o levantamento com as cidades em relação a subvariante, assim que a etapa for concluída, irá divulgar mais informações.
A subvariante BA.2 da Ômicron foi identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 7 de dezembro e tem cerca de 40 mutações em relação à variante Ômicron BA.1.
Essa sublinhagem se espalhou rapidamente pela Dinamarca e já foi confirmada em outros países, como Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Noruega.
Recentemente, um estudo dinamarquês analisou infecções pelo novo Coronavírus em mais de 8.500 residências do país entre dezembro e janeiro. Após essa análise foi concluído que as pessoas infectadas com a subvariante BA.2 tinham aproximadamente 33% mais chances de transmitir o vírus a outras pessoas, em comparação com as infectadas com BA.1.
A pesquisa, ainda não revisada, foi conduzida por especialistas do Statens Serum Institut (SSI), da Universidade de Copenhague, da Estatísticas da Dinamarca e da Universidade Técnica da Dinamarca.
A médica infectologista Marina Campeli Jabur explica que ainda não é possível afirmar os riscos dessa subvariante, mas, geralmente, quando o vírus tem uma transmissibilidade maior, as chances de causar uma doença mais grave são menores.
“Quando a patogenicidade do vírus é maior, ele não consegue transmitir rapidamente, porque ele logo mata o indivíduo, então, a gente espera, que se for uma subvariante mais transmissível, como parece, que a letalidade da doença seja cada vez menor”, ressalta a médica.
A infectologista também esclarece que o surgimento de subvariantes é uma tendência, pois durante a evolução a variante vai se modificando para conseguir sobreviver ao meio.
“Uma nova cepa seria como se fosse nome e sobrenome desse vírus, mas essa subvariante seria ainda além da própria variante, uma mutação a mais. Se formos pensar em um organograma, nós temos todos os novos Coronavírus Sars Cov 2 evoluindo para todas as variantes que nós temos, como Delta e Ômicron, por exemplo, e dentro dessa Ômicron teria essa subvariante, dentre as outras variantes que já foram encontradas”, salienta.
Ainda segundo a especialista, a forma de transmissão dessa subvariante é a mesma e, aparentemente, os sintomas também são semelhantes aos que a população já conhece, tratando-se de uma síndrome respiratória gripal que pode ou não evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave, dependendo dos fatores de risco do paciente. Por isso, os cuidados necessários ainda precisam continuar, pois com a confirmação de uma subvariante, os casos também podem aumentar.
“É importante que as pessoas não deixem de se vacinarem, pensando na ideia de que é uma nova cepa e de que a vacina não seja eficiente nessa subvariante. Esse é o mesmo pensamento que tiveram em relação a Ômicron e, na verdade, não se deve ter esse raciocínio, até porque estudos recentes mostraram que quem tem a terceira dose da vacina, teve menos casos graves, com significância estatística, por Covid-19, então, vale a pena a vacinação”, conclui Jabur.
Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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