O transporte coletivo público é um dos sistemas mais complexos e de logística difícil por conta das inúmeras linhas que precisam trafegar por diversos corredores e bairros da cidade para atender à população.
Em Sorocaba, a situação não é diferente, porém, a proposta apresentada pela administração pública desde o início da década de 1990 é de um transporte mais moderno e com tecnologia de ponta.
E assim aconteceu!
No início dos anos 90, o então prefeito da época, Antonio Carlos Pannunzio, construiu dois terminais de ônibus, dando o pontapé inicial para a mudança no transporte coletivo da cidade.
Saiu à época os ônibus da antiga Vima para entrar frotas mais novas e modernas.
Os terminais São Paulo e Santo Antônio trouxeram, também, um novo universo tecnológico, como, por exemplo, a mudança na formatação dos passes de ônibus que passaram a ser de plástico.
E daí por diante a tecnologia foi avançando, e o transporte coletivo foi-se remodelando.
Contudo, o principal desafio da atual administração de Sorocaba é resolver problemas básicos, porém, recorrentes, como a falta de ônibus, atrasos e lotações.
Nesta semana, por exemplo, o Jornal da Cruzeiro recebeu dezenas de apontamentos feitos por ouvintes-usuários do transporte coletivo da cidade.
Diversas questões foram apresentadas pelo público, entre elas a manutenção dos ônibus e a capacidade técnica da Urbes em manter o sistema operando adequadamente.
Linhas variadas do transporte coletivo foram alvo de reclamação de ouvintes da Cruzeiro FM, cansados de pegar ônibus lotados, atrasados e, até mesmo, sujos.
Vídeos e fotos foram enviados para a redação da Cruzeiro FM e do jornal Cruzeiro do Sul, relatando os problemas.
Tudo foi passado para a Urbes que, num primeiro momento, informou que prepara uma nova programação de horários, com viagens adicionais em diversos pontos.
Na quarta-feira, em sua participação semanal na Cruzeiro FM, o prefeito Rodrigo Manga afirmou que a nova programação já entrará em vigor a partir de segunda-feira, com o início da operação de 35 novos ônibus do transporte público em Sorocaba, com o objetivo de resolver a situação.
De acordo com a Urbes, os ônibus articulados têm capacidade para 131 passageiros, sendo 45 sentados e 86 em pé.
Depois, tem o modelo Padron com capacidade para 72 passageiros, sendo 36 sentados e 36 em pé, com exceção de outro modelo que atende a até 89 passageiros, sendo 33 sentados e 59 em pé.
Na atual conjuntura, em que a cada dia o trânsito no Brasil cresce com mais uma centena de veículos particulares sendo colocados em circulação, vemos governos municipais se mexendo para incentivar o público a utilizar o transporte coletivo e, assim, auxiliar no controle da emissão de gases e na redução de custos com manutenção de pistas e sinalização.
Para que o município possa reverter essa equação e fazer com que o sorocabano passe a optar pelo transporte público, é preciso investir bem e melhor no sistema, a fim de torná-lo atraente.
É desagradável, para qualquer pessoa, ter de sair do conforto de seu lar e seguir com destino ao trabalho tendo uma experiência ruim no transporte.
Assim, os ônibus devem circular com, pelo menos, a lotação adequada, terem ar-condicionado, serem rápidos e estarem com a manutenção e higienização em dia.
E, a partir daí, o governo precisa oferecer uma infraestrutura minimamente humana com pontos de ônibus bem espaçados, com cobertura para proteção da chuva e do sol e acesso fácil à tecnologia de pagamenta de tarifa.
Em Sorocaba, o sistema de transporte começou a receber o reforço do ônibus rápido, o conhecido BRT, que tem gerado polêmicas em algumas etapas, porém, é uma realidade à qual a cidade precisa estar preparada.
Contudo, não basta apenas o município investir em tecnologia e agregar valor ao transporte público, é necessário que garanta o básico, que é justamente um deslocamente rápido, seguro e confortável.
Portanto, se tudo aquilo de bom no transporte público é somado à eficiência de uma gestão competente, com certeza, quem ganha com isso é a cidade.
Sorocaba está no caminho, mas precisa responder a problemas corriqueiros do dia a dia com mais rapidez e eficiência.
Não se pode permitir superlotação, atrasos de linha nem falta de ônibus, pois, se a situação se mantiver do jeito como está, fatalmente a mobilidade por ônibus no transporte público ficará comprometida.
E isso é justamente o que não queremos!!!
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