Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (16) mostra que, em abril, quando analisada por faixa de renda, o impacto da alta de inflação segue maior para a população de renda mais baixa, embora o fenômeno tenha sido detectado em todos os grupos analisados.
No segmento de renda alta, maior que R$ 17.260,14 por domicílio, a inflação foi de 1%, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.
Na outra ponta, para a renda muito baixa, menor que R$ 1.726,01, a variação foi de 1,06%.
Ao longo dos quatro primeiros meses de 2022, o segmento de renda muito alta percebe uma inflação de 3,7%, contra 4,5% de renda muito baixa.
No acumulado de 12 meses, o primeiro grupo lida com taxas de 10,8%, contra 12,7% do segundo.
O Ipea, órgão federal vinculado à estrutura do Ministério da Economia, trabalha com seis faixas de renda.
Nas três mais baixas, a maior contribuição à inflação do período veio do grupo de alimentos e bebidas.
Já para as outras três, o principal impacto foi sentido nos transportes.
Nos alimentos, os principais pontos de pressão na alimentação domiciliar foram batata (18,3%), leite (10,3%), óleo de soja (8,2%), feijão (7,1%) e pão francês (4,5%).
O grupo de bebidas e alimentos respondeu por 61% de toda a inflação apurada no segmento em abril.
Para a faixa de renda mais alta, esse papel coube ao transporte, que proporcionou 60% da alta do período.
Inflação concentrada em passagens aéreas (9,5%), etanol (8,4%), diesel (4,5%), transporte por aplicativo (4,1%) e gasolina (2,5%).
O Ipea destaca ainda que a alta inflacionária foi atenuada para todas as faixas e renda graças à redução de 6,3% nas tarifas de energia elétrica.
Segundo o Ministério do Trabalho, este alívio foi mais intenso para as famílias de renda mais baixa, dado o elevado peso deste item nas suas cestas de consumo.
Os dados dos últimos 12 meses, para a renda mais baixa, são impulsionados principalmente pelos alimentos in-natura: cenoura (alta de 178,1%), tomate (103,3%) e batata (63,4%).
Na habitação, os principais impactos são do botijão de gás (32,2%) e da energia elétrica (20,5%).
Na faixa de renda mais alta, a pressão dos 12 meses está nos mais presente nos combustíveis: gás natural veicular (45,2%), etanol (42,1%) e gasolina (31,2%).
Essas variações afetaram o segmento de transportes, como o deslocamento por carros de aplicativos (67,2%) e táxis (14,3%) e passagens aéreas (14,3%).
A alta de 4,5% do diesel em abril, produto presente na cesta de produtos dos mais ricos, também impactará os mais pobres.
O combustível teve de 8,8% no preço do litro, anunciada pela Petrobras nas refinarias, no último dia 10, e já acumula 47% de elevação em 2022.
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