Com a chegada do frio, hospitais em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco têm recebido um número expressivo de crianças acometidas de doenças respiratórias e que precisaram de internação devido à gravidade dos sintomas.
Não é apenas Covid-19 ou gripe, outros tipos de vírus causadores de outros malefícios respiratórios têm preocupado profissionais de saúde.
Contudo, quadros como este fazem parte deste período do ano, quando entra o outono provocando variações de temperaturas associadas a frentes frias, que acabam por judiar de crianças e idosos.
Neste ano, apesar dos registros comuns de doenças respiratórias no outono-inverno, a diferença, de acordo com médicos, está no número elevado de bebês e crianças que tiveram contato com esses vírus ao mesmo tempo, após dois anos de pandemia em que ficaram isoladas em casa.
Em entrevista ao Jornal da Cruzeiro de quarta-feira, o padre Flávio Jorge Miguel Júnior, presidente da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, afirmou que o resultado dessa sobrecarga de casos de crianças adoecidas, em especial entre zero e quatro anos de idade, é de que, além da contaminação em massa, tem também a questão da desobrigatoriedade do uso de máscara.
Em diversas cidades brasileiras, inclusive no Estado de São Paulo, diretorias de escolas, em conjunto com secretarias municipais da Saúde, têm recomendado o uso das máscaras novamente, a fim de conter níveis de contágio desses vírus.
No entanto, os motivos de busca por um atendimento médico na rede básica de saúde, que têm pressionado os sistemas público e privado, são a bronquiolite e as síndromes gripais.
Entre as síndromes respiratórias está a Covid-19 que apresentou aumento significativo nas últimas semanas.
No interior paulista, as regiões de Campinas, Franca e Araçatuba, por exemplo, têm alas pediátricas lotadas.
Na segunda-feira, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, do Republicanos, fez um apelo para que as crianças sejam vacinadas contra gripe e sarampo.
O infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que todo outono ocorre essa alta expressiva de doenças respiratórias, sobretudo em crianças, já que o tempo seco é mais propício para a propagação do rinovírus, adenovírus e vírus sincicial respiratório./
Segundo ele, o distanciamento social e o uso de máscaras por causa da Covid-19 reprimiram a circulação das viroses nos últimos dois anos.
E, por conta disso, muitos órgãos de saúde, em diversos lugares do país, têm recomendado o uso das máscaras; vale destacar que, em algumas cidades das regiões nordeste e sudeste do Brasil, o uso desse acessório nas escolas voltou a ser obrigatório.
Em função do aumento dos casos no Estado de São Paulo, a Secretaria da Saúde planeja criar mais vagas em unidades de saúde.
Conforme a pasta, São Paulo tem cerca de 600 leitos pediátricos de enfermaria, com ocupação de 49,8%, e aproximadamente 300 de UTI, o equivalente a 43,8%.
Em Sorocaba, de acordo com a Secretaria da Saúde, os atendimentos de casos de doenças respiratórias na rede municipal de saúde do município aumentou 12% em maio deste ano, em relação ao mesmo mês de 2019.
É importante lembrar que, em 2019, ainda não havia a pandemia do novo coronavírus.
Existe a possibilidade, segundo a pasta, de haver diferenças de números durante os anos da pandemia, justamente porque os sintomas da gripe e da Covid-19 são muito parecidos, dificultando um diagnóstico mais preciso.
Contudo, todos os casos, ao longo dos meses tenebrosos, foram tratados de forma padrão, a fim de auxiliar na plena recuperação dos pacientes.
Ainda, conforme a secretaria, entre março e julho, é esperada alta nos atendimentos de quadros respiratórios, sobretudo, no setor de pediatria.
A pasta aponta que isso se deve à queda nas temperaturas.
Em março, começa o outono, e, em junho, o inverno, duas estações mais frias.
Dessa forma, o clima gelado pode realmente estar relacionado ao agravamento desses problemas de saúde.
No entanto, não precisamos entrar em pânico, apenas seguir, tranquilamente, as recomendações das autoridades sanitárias e proteger nossas crianças e idosos, oferecendo água, alimentação balanceada e, de preferência, continuar utilizando máscara em locais com aglomeração, como nas escolas, e, na medida do possível, manter o distanciamento social.
Assim, protegendo e prevenindo o contágio, conseguiremos passar por esse período de uma maneira mais segura.
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