O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), da FGV, considerado a “inflação do aluguel”, acumulou alta de 10,72% nos últimos 12 meses. Com isso, o indicador volta a ficar abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) pela primeira vez em 48 meses.
Desde abril de 2018 o IGP-M não ficava abaixo do IPCA no acumulado dos 12 meses. Na época, a inflação do aluguel acumulou alta de 1,89%, enquanto o indicador oficial da inflação no país, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), estava acumulado em 2,76% no período.
No entanto, desde maio de 2018, o IGP-M passou a registrar alta sempre superior a do IPCA quando considerado o acumulado dos últimos 12 meses. Em maio de 2018, o IGP-M passou de 1,89% para 4,27%, enquanto o IPCA foi de 2,76% para 2,85%.
A diferença acontece porque, enquanto o IPCA considera apenas os preços aplicados em locais usados diretamente pelo consumidor final, como supermercados, postos de gasolina e salões de beleza, o IGP-M considera também itens industriais e agropecuários.
A alta do IGP-M, que chegou a passar de 30%, fez com que especialistas recomendassem uma negociação para trocar o índice e reajustar o aluguel.
“Houve uma grande discussão relacionada aos contratos de aluguel, com o IGP-M acumulado em 30% e o IPCA em 8%, e agora acabou. Ele está abaixo do IPCA de novo, e isso é um marco importante”, afirmou o coordenador de índices de preços da FGV, André Braz.
O economista pontuou que a variação da taxa de matérias-primas brutas foi o que levou a inflação do aluguel a desacelerar e voltar a patamares mais próximos ao período pré-pandemia.
“Parte desse resultado que tivemos ocorre em função das matérias-primas brutas, onde estão minério de ferro, soja, milho, trigo. Agora, a taxa em 12 meses desse grupo está negativa em quase 6%. O outro grupo, de bens intermediários e finais, ainda tem taxas de variações bem elevadas, de dois dígitos, mas podemos dizer que a fonte das pressões inflacionárias, que são as matérias-primas, começa a ceder”, destacou Braz.
“O efeito disso é uma mudança na taxa em 12 meses, que coloca os indicadores mais próximos ao período pré-pandemia. Portanto, podemos dizer que o IGP-M passa a pressionar menos os inquilinos”, finalizou.
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