A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, neste domingo (29), um comunicado com a atualização do cenário epidemiológico da varíola dos macacos no mundo. De acordo com a OMS, foram confirmados laboratorialmente 257 casos em 23 países considerados não endêmicos para a doença.
Segundo o levantamento, cerca de 120 casos suspeitos também foram relatados à OMS, sendo que nenhuma morte foi reportada. Os dados consideram as estimativas da OMS até o dia 26 de maio.
A entidade alerta que a situação evolui rapidamente e mais casos devem ser identificados à medida que a vigilância se expande em países não endêmicos, bem como em países conhecidos como endêmicos que não relataram casos recentemente.
A OMS afirma que as investigações epidemiológicas estão em andamento e que a maioria dos casos notificados até agora não tem vínculos de viagem estabelecidos para uma área endêmica. Além disso, os casos foram identificados por meio de unidades de saúde de atenção primária ou serviços de saúde sexual.
A identificação de casos confirmados e suspeitos da doença sem ligações diretas de viagem a uma área endêmica é considera atípica pela OMS.
A epidemiologia preliminar das infecções iniciais notificadas à OMS pelos países mostra que os casos foram notificados principalmente entre homens que fazem sexo com homens (classificação técnica que inclui gays, bissexuais e pessoas que não se identificam com alguma dessas orientações).
De acordo com a OMS, um caso de varíola em um país não endêmico é considerado um surto. O aparecimento súbito da varíola dos macacos simultaneamente em vários países não endêmicos sugere que pode ter havido transmissão não detectada por algum tempo, bem como eventos amplificadores recentes.
A doença é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae. Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).
O vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
Várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos, incluindo esquilos, ratos, arganazes, primatas não humanos e outras espécies. De acordo com a OMS, são necessários mais estudos para identificar os reservatórios exatos e como a circulação do vírus é mantida na natureza. A ingestão de carne e outros produtos de origem animal mal cozidas de animais infectados é um possível fator de risco.
A varíola geralmente é autolimitada, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.
As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10,6% para o da Bacia do Congo.
O diagnóstico diferencial clínico inclui outras doenças exantemáticas, como catapora, sarampo, infecções bacterianas da pele, sarna, sífilis e alergias associadas a medicamentos. A alteração do tamanho dos linfonodos (linfadenopatia) pode ser uma característica clínica para distinguir a doença.
Os países endêmicos da varíola dos macacos são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.
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