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Ipea eleva projeção de inflação para 6,6% em 2022

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou em 0,1 ponto percentual a projeção de inflação para 2022.

Segundo os números anunciados pelo órgão vinculado ao Ministério da Economia, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai fechar o ano em 6,6%.

Desde janeiro, o indicador oficial de inflação, mensurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já apresenta alta acumulada de 4,78%.

A projeção do Ipea é mais otimista do que as do mercado. A XP Consultoria aponta uma alta de 7%, enquanto a Consultoria Tendências estima 8,5%.

O aumento na estimativa do indicador oficial da inflação se deve a uma revisão das altas nos preços dos alimentos. O crescimento esperado passou de 9,1% para 5,4%, e de bens, de 12,3% para 9,1%.

A inflação estimada para os serviços livres, que não são acompanhados por órgãos reguladores, também aumentou, passando de 5,5% para 6,8%. No sentido contrário, a inflação estimada para os preços administrados, como gás de cozinha, derivados do petróleo, energia elétrica e passagens aéreas, recuou de 6,9% para 1,1%.

Divulgada nesta quarta-feira (29), a Visão Geral da Carta de Conjuntura do Ipea, estudo que embasa a revisão, analisa que o cenário para o segundo semestre se mostra mais favorável por conta da expectativa de acomodação dos preços de commodities agrícolas, além da estimativa de melhora na projeção da safra brasileira, que deve bater recorde em 2022.

Outro fator que contribui para a perspectiva de elevação inflacionária nos próximos meses é a implementação da Lei Complementar 194/2022, que limita a cobrança do ICMS em 17% ou 18%, dependendo do estado, sobre combustíveis, transportes coletivos e energia elétrica, além de zerar as alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep, Cofins e Cide na gasolina até o final do ano.

A projeção do Ipea para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação do custo de vida médio em famílias com renda de até R$ 6.060 (cinco salários-mínimos), a variação esperada se manteve em 6,3% para o ano.

Apesar da estabilidade esperada para o INPC, a natureza da inflação muda: os economistas do Ipea esperam altas mais acentuadas dos preços livres no período, com maior pressão de alimentos, dos bens industriais e dos serviços livres. Contudo, a projeção para preços administrados apresenta deflação de 0,9%.

Informações da CNN Brasil

Caio César
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