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Indústria acumula alta de 1,8% em 4 meses de avanços seguidos

A indústria brasileira mostrou melhora na produção nos últimos quatro meses, quando acumulou uma expansão de 1,8%. No entanto, o desempenho ainda foi insuficiente para recuperar a queda de 1,9% registrada em janeiro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (5).

A produção industrial cresceu 0,3% em maio ante o mês anterior, após expansões de 0,2% em abril, 0,6% em março e 0,7% em fevereiro. Entretanto, a produção ainda opera em patamar 1,1% inferior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.

Segundo o IBGE, a melhora no desempenho da indústria nos últimos quatro meses pode estar relacionada às medidas do governo de liberação de recursos extraordinários para as famílias, como os saques do FGTS e a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas. Essa renda extra para as famílias estaria ajudando o setor industrial, assim como a redução da taxa de desemprego no mercado de trabalho.

Por outro lado, a indústria permanece negativamente afetada pela restrição na oferta de insumos e componentes, assim como pela inflação pressionada e pelos juros elevados, que impactam o poder de compra das famílias e a demanda doméstica.

Em maio, apenas 13 das 26 atividades investigadas operavam em nível superior ao pré-crise sanitária. Os patamares mais elevados em relação a fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de máquinas e equipamentos (22,6%), derivados do petróleo e biocombustíveis (5,9%), produtos de madeira (4,9%) e minerais não metálicos (4,8%).

No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar de pré-pandemia são móveis (-23,6%), artigos de vestuário e acessórios (-19,8%), veículos (-14,2%) e perfumaria e produtos de limpeza (-10,2%).

Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 16% acima do nível de fevereiro de 2020, e a fabricação de bens intermediários está 1,7% acima do pré-covid. Os bens duráveis estão 25% abaixo, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 5,8% aquém.

Na passagem de abril para maio, o avanço na indústria foi resultado de uma expansão em 19 dos 26 ramos pesquisados. As principais influências positivas partiram de máquinas e equipamentos (7,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%).

Outras contribuições positivas relevantes foram de produtos alimentícios (1,3%), couro, artigos para viagem e calçados (9,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,5%), outros equipamentos de transporte (10,3%), produtos diversos (9,0%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (7,5%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,6%).

Na direção oposta, entre as sete atividades com redução, as perdas mais significativas foram as de indústrias extrativas (-5,6%) e outros produtos químicos (-8,0%)

Por categorias de uso, a produção da indústria de bens de capital cresceu 7,4% em maio ante abril, enquanto a de bens intermediários recuou 1,3%. A fabricação de bens de consumo duráveis subiu 3,0% e a dos semiduráveis e os não duráveis teve elevação de 0,8%.

Caio César
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