O Ministério da Economia divulgou nesta quinta-feira (14) a atualização das projeções de estatísticas macroeconômicas. Dentre as revisões, a pasta projeta agora um crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, ante 1,5% na projeção anterior.
Com a revisão, o número volta para o patamar do que era esperado para a atividade econômica de 2022 no fim do ano passado. O valor é melhor que a estimativa do mercado financeiro, que, de acordo com a última edição do Boletim Focus, prevê alta de 1,59%.
Para este ano, a expectativa é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine em 7,2%. A projeção foi reduzida em relação à anterior, de 7,9%. O número é menor que os 7,67% esperados pelos analistas do mercado financeiro.
Em termos nominais, o PIB de 2022 é projetado em R$ 9,7 trilhões, um valor R$ 10 bilhões maior que o de 2021.
A pasta também divulgou as previsões para os indicadores referentes a 2023. Em relação ao PIB, não houve alteração na previsão de crescimento de 2,5%.
Já a projeção para o IPCA ao fim do próximo ano subiu para 4,5%, ante os 3,6% divulgados anteriormente.
Esta é a primeira vez no ano em que o governo reduz a estimativa para a inflação de 2022. Após começar o ano esperando uma inflação em 4,7%, o governo elevou, na última atualização, em maio, a expectativa de 6,55% para 7,9%.
“A partir de 2024, espera-se convergência da inflação (IPCA) para a meta de 3,00%”, diz o Ministério da Economia.
Como já admitido pelo Banco Central, a previsão da equipe econômica para a inflação sinaliza que este será o segundo ano consecutivo que o IPCA vai superar o teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Enquanto o centro da meta de inflação este ano é de 3,5%, o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual deixa uma margem para que o índice varie entre 2% e 5%.
No Boletim Macrofiscal de julho, a pasta afirma que “a revisão da atividade econômica se dá, em grande medida, pelo resultado das pesquisas mensais do IBGE já divulgadas, como a Pesquisa Industrial Mensal, a Pesquisa Mensal de Serviços e a Pesquisa Mensal de Comércio”.
Também como justificativa para as revisões, o Ministério da Economia cita as alterações observadas no mercado de trabalho e na massa de rendimento real.
No trimestre encerrado em maio de 2022, a variação da população ocupada foi 10,6% maior que no mesmo período de 2021, representando um aumento de 9,4 milhões de pessoas. Já nas variações salariais, o documento cita crescimento em setores como construção e comércio.
Apesar das revisões positivas, o documento destaca que “os riscos externos devem ser monitorados, sobretudo a guerra na Ucrânia e
seus impactos nas cadeias globais de valor”. O processo de alta de juros nos Estados Unidos também é citado como um novo fator de risco global.
Devido a esses riscos, houve revisão nas expectativas de crescimento de países desenvolvidos (de 3,8% para 2,6%) e emergentes (de 5% para 3,7%).
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