Jornalismo

Sorocaba registra primeiro caso da varíola dos macacos em um homem

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou nesta quarta-feira (27) o primeiro caso da varíola dos macacos (Monkeypox) em Sorocaba. Segundo a Prefeitura de Sorocaba, trata-se de um homem, com 28 anos, e que estevem em São Paulo no dia 9 de julho. O paciente, segundo o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), passa bem e segue se recuperando em casa. A Vigilância Epidemiológica monitora o quadro do paciente.

Ouça o áudio do prefeito sobre o quadro clínico do paciente sorocabano:

No total, 741 casos já foram confirmados em todo o Estado, sendo 614 na capital. No interior, além de Sorocaba, que registrou o primeiro caso, também aparecem na lista Jundiaí, com dois casos, e Itararé, com um. As cidades com maior número da doença confirmados são São Bernardo do Campo (15), Itapevi (10), Santo André (10), Osasco (8) e Campinas (7).

De acordo com o Ministério da Saúde, 868 casos foram confirmados no Brasil até o momento. “A pasta segue em articulação direta com os Estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes”, informa.

A principal forma de se proteger da doença é evitar contato direto com pessoas contaminadas. A transmissão ocorre através do contato pele/pele, ou por meio do contato com objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos. É preciso, portanto, evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença; usar preservativos sempre; não compartilhar roupa de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais; e usar máscaras para se proteger contra gotículas e saliva, entre casos confirmados e contactantes.

O secretário da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, destaca a importância do isolamento após o diagnóstico concluído. “Uma vez que o paciente está infectado, ele deve ficar em isolamento e todo seu material de roupa de cama, roupas, lençóis e objetos pessoais devem passar por um processo de higienização, de fervura, de lavagem com água e sabão para, dessa forma, impedir a transmissão”.

Sintomas

O primeiro sintoma é o aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas, que podem surgir no rosto, dentro da boca e em outras partes do corpo, acompanhada de febre, que pode ser súbita, forte e intensa. Em seguida, podem aparecer outros sintomas, como dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e o aparecimento de gânglios – inchaços conhecidos popularmente como “ínguas” – no pescoço, axila ou na região perigenital.

Os sinais e sintomas da doença podem durar entre duas a quatro semanas. “A transmissão ocorre principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados. A transmissão por meio de gotículas requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, por isso, trabalhadores da saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior risco de contaminação”, explica Medeiros.

O Ministério da Saúde recomenda que uma unidade básica de saúde seja procurada assim que os primeiros sintomas sejam notados, para que sejam realizados exames e, após o diagnóstico, uma condução clínica correta seja feita.

Tratamento, diagnóstico e vacina

O “tratamento de suporte”, como é chamado, necessita de uma boa hidratação por parte do paciente, higienização das lesões e, se necessário, analgésicos e medicamentos antifebril. O diagnóstico da doença é realizado por teste molecular ou sequenciamento genético.

Em relação às vacinas, o secretário esclarece que existem duas empresas que produzem as vacinas para a varíola dos macacos. “O Ministério da Saúde está em tratativas com o OPAS e OMS para aquisição de doses para a nossa população. Nós estamos, em uma primeira análise, trabalhando com um quantitativo de aproximadamente 50 mil doses iniciais, a depender da capacidade de produção da empresa e da capacidade de aquisição’.

Entenda a doença

A varíola dos macacos é uma doença viral, causada por um vírus, que foi diagnosticada e identificada pela primeira vez na década de 60 e nada tem a ver com os macacos. “Na verdade, ela foi identificada pela primeira vez nos macacos, por isso, ficou conhecida no mundo científico como ”varíola dos macacos”, explica Medeiros.

A varíola dos macacos tem caráter endêmico em alguns países da África Central e da África Ocidental. “Ao longo da história da saúde pública mundial, nós tivemos alguns surtos de varíola dos macacos em alguns países, como por exemplo, nos Estados Unidos. Mas surtos curtos, com poucos casos”. Para o secretário, o que estamos vivendo agora é o primeiro surto em países não endêmicos.

Mas afinal, qual a diferença entre a varíola dos macacos e a varíola humana? Segundo Medeiros, a varíola humana foi erradicada no Brasil há muitos anos, enquanto a varíola dos macacos, embora seja semelhante, é outra doença. “São dois vírus diferentes, causam sintomas relativamente parecidos, mas são doenças absolutamente distintas”. (Com informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo)

Fernando Guimarães
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