Moderna, independente e autêntica, princesa Diana engajou-se fortemente em causas sociais e ficou conhecida como “a princesa do povo”. Nesta quarta-feira (31), o mundo relembra um dos episódios mais tristes em torno da família real britânica: a trágica e precoce morte de Diana, há 25 anos.
A princesa de Gales divorciou-se do príncipe Charles em 1996, mas a intensa cobertura da mídia ainda a perseguia quando ela saiu de férias no verão seguinte com o namorado Dodi Fayed.
Pouco depois da meia-noite de 31 de agosto, um Mercedes que transportava Diana e Fayed bateu a 100 km por hora em uma das pilastras de um túnel próximo à Torre Eiffel, em Paris. O acidente matou Diana, Fayed e seu motorista, Henri Paul.
A notícia chegou à família real enquanto eles estavam na Escócia, no Castelo de Balmoral. Em poucas horas, Charles voou para Paris para recuperar o corpo de Diana antes de retornar a Balmoral para ficar com os filhos dele e de Diana, os príncipe William e Harry.
Em 1995, dois anos antes de sua morte ela disse em uma entrevista que gostaria de ser uma rainha. A princesa de Gales, no entanto, não estava falando sobre a monarquia britânica. Ela queria ser a rainha do coração das pessoas.
Durante séculos, a monarquia britânica é conhecida por seu exterior formal e rígido. Os membros da família real tiveram uma presença marcante durante os compromissos públicos, mostrando a rigidez da instituição. Mas, a princesa Diana desafiou as normas reais e tornou a família real mais próxima do povo.
Sua ascensão ao estrelato internacional como ativista de causas sociais, como a Aids, e também como ícone fashion eram traços de seu comportamento acessível, bondoso e também de um espírito rebelde.
Diana era um dos membros da família real mais acessíveis. Isso mudou a maneira como a realeza como atua, hoje em dia, em público. Exemplos disso podem ser vistos no modo como seus filhos e também suas respectivas espostas, Kate Middleton e Meghan Markle, interagem com o público e a imprensa hoje.
É uma tradição de longa data que as noivas reais digam que obedecerão aos maridos enquanto recitam seus votos de casamento.
Mas quando Diana, se casou, aos 20 anos, com o príncipe Charles, 32, em 1981, ela decidiu remover a palavra “obedecer” de seus votos – quebrando o precedente real. Em vez disso, Diana disse que “o amaria, o confortaria, o honraria e o manteria, na doença e na saúde”.
A frase original é do Livro Anglicano de Oração Comum de 1662, que não inclui a palavra “obedecer” nos votos do marido para com sua esposa. Até a rainha Elizabeth 2ª fez seus votos de obedecer ao marido, o príncipe Philip, algo que seria tecnicamente impossível quando ela fosse coroada rainha.
Tanto Kate quanto Meghan seguiram os passos de Diana, omitindo a palavra “obedecer” em seus votos de casamento décadas depois.
Diana fez história novamente quando seu filho mais velho, o príncipe William, tinha três anos e ela decidiu mandá-lo para a pré-escola – tornando-o o primeiro membro da família real a frequentar a pré-escola fora do Palácio de Buckingham. No passado, os futuros herdeiros do trono ficavam em casa com uma governanta.
Em 1985, o príncipe e a princesa de Gales escoltaram seu filho mais velho para seu primeiro dia de aula na escola infantil de Jane Mynor, em Londres, de acordo com o jornal New York Times. A princesa Diana, que já havia trabalhado como professora assistente, escolheu a pequena escola porque queria que William tivesse uma educação normal de criança inglesa, informou o NYT na época.
O príncipe Harry acabou seguindo os passos de seu irmão, frequentando a mesma escola dois anos depois. A escolha de Diana de fornecer a seus filhos uma educação pública precoce mostrou não apenas sua bravura para romper com o protocolo real, mas também para expor seus filhos a uma vida o mais normal possível.
Uma das partes mais emblemáticas do legado de Diana foi seu envolvimento nas causas relacionadas à epidemia de HIV/Aids.
Em 1987, Diana abriu a primeira clínica de HIV/Aids do Reino Unido em Londres, quando o vírus estava se tornando uma crise de saúde global e era frequentemente associado à desinformação. Foi nesta clínica que Diana apertou a mão de um paciente com Aids – sem luvas.
“O HIV não torna as pessoas perigosas para conhecer, então você pode apertar suas mãos e dar um abraço, Deus sabe, elas precisam”, disse Diana em 1987.
Na época, foi controverso porque muitos acreditavam falsamente que o vírus poderia ser transferido através do toque. Esta ilustração de compaixão e empatia pelas pessoas afetadas pelo HIV/Aids enviou uma mensagem clara de que, se um membro da família real não tinha medo de tocar em um paciente com Aids, ninguém deveria ter. A cena foi divulgada em todo o mundo.
“A imagem dela de mãos dadas com um paciente de HIV/Aids destruiu o estigma, o preconceito e o medo que cercavam a doença nos primeiros dias”, disse Andrew Parkis, executivo-chefe do Diana Princess of Wales Memorial Fund.
Quatro anos depois, a primeira-dama dos Estados Unidos Barbara Bush se juntou a Diana na clínica visitando pacientes, provando que a princesa de Gales tinha forte influência política em todo o mundo.
Hoje seu trabalho humanitário continua vivo. O Diana Princess of Wales Memorial Fund, criado após sua morte, arrecadou milhões e distribui fundos para dezenas de causas apoiadas por Diana, incluindo prevenção da Aids, movimento de cuidados paliativos e remoção de minas terrestres.
“O memorial fez muito bem”, disse o irmão de Diana, Charles, o nono conde Spencer. “Ela não optou por ser suave. Ela não optou pelas ideias convencionais de caridade que atraíam outras pessoas… Ela optou pelas confusas, complicadas, assustadoras e as tornou suas.”
A princesa Diana quebrou o protocolo real em suas escolhas de moda inúmeras vezes, optando por peças mais modernas e casuais.
Um dos momentos mais celebrados para a ícone da moda foi quando ela vestiu um vestido de veludo azul meia-noite, que deixava os ombos à mostra, e dançou com John Travolta na Casa Branca em 1985. Sua elegância e graça eternizaram o momento.
Outro visual icônico foi seu “vestido da vingança”. Assimétrico e justo, o vestido curto foi usado em 1994 um evento em Londres no dia em que o príncipe Charles admitiu , em uma entrevista, ter um caso extraconjugal. O preto era considerado apropriado apenas para a realeza durante os funerais.
“Seu estilo era muito próprio”, disse Jack L. Carlson, cuja grife Rowing Blazers lançou recentemente uma linha de roupas inspirada em Diana. “Ela não era uma seguidora. Ao contrário, ela fez suas próprias coisas, e todos nós assistimos maravilhados e tentamos acompanhar.”
Este momento alegre capturado em um dos eventos escolares do príncipe Harry mostrou mais uma vez o apetite da princesa de Gales por diversão e competição. Ela era publicamente uma mãe mais prática do que as gerações reais anteriores. Ela levou os filhos para esquiar, para a praia, para parques aquáticos e até para corridas de carros.
Em 1991, Diana participou de uma corrida a pé com outros pais para o “dia do esporte” na Wetherby School. Ela correu descalça e perdeu a corrida, segundo a Harper’s Bazaar.
Normalmente, espera-se que os membros da realeza mantenham seus sapatos quando estiverem em público. A maioria dessas diretrizes reais são aprendidas e não ditas. Segundo a Vogue, uma dessas regras é que os sapatos devem ser mantidos limpos e arrumados.
Mas Diana não deixou que essas diretrizes infringissem sua diversão. O príncipe Harry disse em um documentário da ITV/HBO após a morte de Diana que ela era uma “criança por completo”.
Com informações da CNN.
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