Dezenas de pessoas foram vítimas de uma mulher que aplicava golpes em Sorocaba. Emanuele Florindo de Sobral Alkimim vendia os produtos pela internet com a promessa de que as mercadorias viriam dos Estados Unidos, porém, após depositar o dinheiro da compra, as vítimas não recebiam os objetos. As propagandas eram feitas nas redes sociais através da loja Ambra Shipping Corporate, com sede na zona norte de Sorocaba.
Na página, diversos produtos eram vendidos, os mais populares eram os smartphones. De acordo com a polícia, em um primeiro momento, mais de 40 pessoas relataram que foram enganadas pela mulher, mas o grupo criado pelas vítimas no WhatsApp já conta com mais de 100 participantes. Todos dizem que caíram no golpe. Segundo as vítimas, quando elas questionavam sobre o atraso em relação a entrega dos produtos, recebiam diversas desculpas. Em algumas ocasiões a mulher dizia que estava doente. Já em outras, contava que precisava levar o filho ao médico.
Uma jovem, de 22 anos, que preferiu não se identificar contou ao jornal Cruzeiro do Sul que trabalhou durante três meses para Emanuele e acompanhou o drama de diversos clientes. De acordo com a funcionária, a mulher dizia que tinha uma sócia nos Estados Unidos que era responsável por comprar e enviar os produtos do Exterior para o Brasil. O transporte, segundo Emanuele, era feito de navio. Além dos celulares, a dona da loja vendia roupas, bolsas, televisão e outros aparelhos eletrônicos, porém essas mercadorias não chegavam no escritório. “Ela falava que as mercadorias eram deixadas no Porto do Rio de Janeiro. Assim que chegavam no Rio, ela dizia que a Receita Federal pegava os produtos para fazer homologação e tudo ficava retido até que todos os aparelhos eletrônicos fossem homologados”, informou.
Ainda segundo a funcionária, quando muitos clientes se queixavam do atraso das compras, a mulher saía e rapidamente voltava com alguns celulares. “Ela pedia para ligarmos para os clientes e eles iam retirar os produtos no escritório. Nesse tempo, ela pedia para tirarmos fotos e gravarmos vídeos para postar nas redes sociais. Depois fazíamos as entregas para os clientes. Nesse período que trabalhei lá, vi 20 produtos serem entregues”, declara.
A jovem informou também que a mulher forjava mensagens de textos como se fosse uma transportadora dizendo que haveria atraso na entrega. Assim, os clientes e funcionários não desconfiariam dos golpes. “Ela tirava foto dessas mensagens e mandava para todos os clientes. A gente acreditava que o caminhão ia chegar carregado de coisas. Ela também fraudou um documento com número de importação e valores, dizendo que tudo estava chegando, mas sempre que chegava a data, dava algum problema”.
Após as denúncias, a mulher foi identificada pela polícia e prestou depoimento no 8º distrito policial. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Acácio Leite, ela confessou o crime e deve responder por estelionato. O próximo passo é ouvir as vítimas, contabilizar o valor adquirido pela dona da loja e encaminhar o processo para a área criminal.
O delegado orienta as vítimas a registrarem boletim de ocorrência on-line. Essas pessoas serão intimadas para prestar depoimento e apresentar as provas. Leite recomenda também que as vítimas se juntem e abram um processo na área cível para tentar recuperar o dinheiro perdido. A mulher já respondeu em outra ocasião pelo crime de estelionato.
Informações: Jornal Cruzeiro do Sul (Vanessa Ferranti)
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