O setor renovável brasileiro foi bastante movimentado na última semana. O Smart Cities Brasil, organizado pelo Grupo FRG Mídias & Eventos, reuniu na última semana mais de 700 pessoas no Parque Tecnológico de Sorocaba, interior paulista, bem como movimentou gerações de novos negócios e milhões em investimentos.
Considerado um dos maiores com foco renovável do país, o evento trouxe três fóruns simultâneos com abordagem em áreas importantes em crescimento no Brasil como armazenamento de energia, mobilidade elétrica e também o grande potencial do hidrogênio verde.
Durante a palestra de abertura, Mônica Saraiva Panik, especialista da Associação
Brasileira do Hidrogênio (ABH2), destacou o quanto o hidrogênio verde vem crescendo ao redor do mundo, assim como o quanto a ampliação do conhecimento e da estrutura necessária para produção do hidrogênio renovável será importante daqui para a frente para tornar o combustível limpo mais competitivo.
“Esse setor tem uma cadeia de valor tão grande que ele conecta praticamente todos os setores da economia principalmente começando pelo setor elétrico, conecta com o mercado
de gases, com o mercado de combustíveis sintéticos e o mercado de biocombustíveis.
Então ele começa desde a energia renovável, passando pela transmissão dessa energia, a
produção do hidrogênio, o transporte de armazenagem até os setores consumidores do
hidrogênio, toda a indústria, do transporte, principalmente no Brasil o setor do aço e o setor
de fertilizantes, setor de cimento “, explica ela.
Durante o Energy Storage Brasil, fórum e feira de armazenamento de energia, por exemplo, estiveram especialistas do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), bem como do INMETRO, Parque Tecnológico de Itaipu, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
O potencial do armazenamento foi extremamente abordado, visto que a tecnologia dará segurança energética ao setor elétrico daqui para frente, principalmente no que diz respeito à produção de energia limpa.
Maria de Fátima Rosolem, pesquisadora do CPQD, afirma que a adesão do armazenamento de energia é um caminho sem volta e que quanto mais o Brasil investir, melhores serão os resultados daqui para frente.
“A vantagem dessa tecnologia é que tem grandes investimentos que estão sendo
Vistos, mesmo havendo algumas questões de preços, mas é um caminho sem volta e assim eu digo que Brasil precisa de um programa para desenvolvimento destas novas tecnologias, pois a gente tem que empregar, nós temos condições que virão com as novas gerações” reforça.
Já durante o quarto Fórum Move – Fórum Internacional de Mobilidade Urbana e Carros Elétricos, por sua vez, a mobilidade elétrica no cotidiano dos brasileiros também se mostrou bastante positiva. O país hoje já conta com mais de 100 mil unidades elétricas em circulação segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e deve crescer ainda mais nos próximos meses.
Flávia Consoni, especialista da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) foi uma das palestrantes do Smart Cities Brasil em 2022 e ela destacou que movimentos como estes são essenciais para a descarbonização.
“Eu acho que um pouquinho nós já estamos fazendo. Coloco muito peso aqui no aspecto de governança que é dessa articulação em atores, sobretudo participação mais direta, mais incisiva da sociedade civil, das nossas indústrias.Acredito que precisamos mostrar que
descarbonização, a transição energética é uma necessidade. Nós temos países que
estão caminhando muito fortemente para isso, então como a gente vai chegar lá? Quais os
passos nós vamos dar ? Então movimentos como estes aqui são importantíssimos” afirmou ela durante o evento.
Organizado pelo Grupo FRG Mídias & Eventos, o Smart Cities Brasil foi considerado um sucesso e já pensa em novos propósitos para 2023. Tiago Fraga, CEO do Grupo FRG, afirma que o evento superou as expectativas e afirma que o networking entre os participantes trará muitas oportunidades ao setor renovável brasileiro.
”Debater esse assunto no Brasil é a oportunidade que temos de trabalhar as segmentações das cidades inteligentes que vão desde a sincronização do trânsito, mobilidade elétrica urbana, cibersegurança, energias renováveis, armazenamento de energia, hidrogênio e também outros pilares que irão formar as cidades do futuro’’, afirma Fraga.
‘’O objetivo do evento foi exatamente passar esse conteúdo para a sociedade e também para conectar as empresas que vão tomar a frente desse processo, criando um ambiente, onde o networking foi intenso e que essas pontas foram ligadas através dos players, poder público e poder institucional, contribuindo para as energias renováveis’’, finaliza.
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