A população mundial atingirá a marca de 8 bilhões de pessoas em novembro, informou nesta terça-feira (18), a Organização das Nações Unidas (ONU). Ao fazer o anúncio, a ONU disse que isso não é motivo para alarmismo, especialmente de ambientalistas e daqueles que veem o crescimento populacional como uma catástrofe ambiental e alimentar.
A diretora-executiva do Fundo de População da ONU (UNFPA), Natalia Kanem, fez um discurso contra potenciais “alarmismos populacionais”. “Sei que este momento pode não ser celebrado por todos. Alguns expressam preocupações de que o nosso mundo está superpovoado, com muitas pessoas e recursos insuficientes para sustentar todas as vidas. Mas estou aqui para dizer claramente que o grande número de vidas humanas não é motivo de medo”.
Ao jornal britânico The Guardian, Natalia pede que os países concentrem atenção em mulheres, crianças e em pessoas marginalizadas, que são mais vulneráveis às mudanças demográficas.
A executiva afirmou que, caso os governos focalizem apenas em números, correm o risco de impor controle populacionais, caminho que já se mostrou “ineficaz e até perigoso”. Na China, por exemplo, a política de filho único, que obrigava os casais a terem um única criança levou a milhões de abortos e a esterilizações forçadas. Hoje, a China é um país envelhecido, tentando adotar políticas para que as pessoas tenham mais filhos.
“De campanhas de esterilização forçada a restrições ao planeamento familiar e contracepção, ainda estamos a contar com o impacto duradouro das políticas destinadas a reverter ou, em alguns casos, acelerar o crescimento populacional”, observou Natalia.
E não podemos repetir as violações flagrantes dos direitos humanos que roubam as mulheres de sua capacidade de decidir se [ou] quando engravidar, se é que o fazem”, afirmou. “Alarmismo populacional: isso distrai-nos do que nós deveríamos focalizar”, enfatizou a diretora do UNFPA.
A ONU estima que cerca de 60% das pessoas vivem em países com níveis de natalidade abaixo do nível de reposição das gerações anteriores, que é de 2,1 nascimentos para cada mulher.
Essa porcentagem contrasta com a fecundidade de oito países, como a Nigéria, Etiópia e Filipinas, que até 2050 vão representar metade de todo o crescimento populacional, segundo a ONU. Um desses países, a Índia, deverá ultrapassar a China a partir do próximo ano e tornar-se o país mais populoso do mundo. Hoje, a China tem 1,426 bilhão de habitantes e a Índia, 1,412 bilhão.
Veja a lista dos países mais populosos em 2022, segundo a ONU:
China: 1,426 bilhão
Índia: 1,412 bilhão
EUA: 337 milhões
Indonésia: 275 milhões
Paquistão: 234 milhões
Nigéria: 216 milhões
Brasil: 215 milhões
Bangladesh: 170 milhões
Rússia: 145 milhões
México: 127 milhões
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