Começa neste domingo um dos maiores eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo.
E, aos poucos, o Brasil vai aderindo ao novo clima no pós-eleições 2022.
A estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, que, neste ano, acontece no Catar – um país árabe localizado na Ásia Ocidental -, será na próxima quinta-feira, dia 24, às 4 da tarde, contra a Sérvia.
O Catar faz fronteira com a Arábia Saudita e é separado por um estreito do Golfo Pérsico do país Bahrein.
Até 18 de dezembro, data prevista para o encerramento dessa edição da Copa do Mundo, pelo menos 32 nações estarão em confronto nos estádios de futebol, levando muita emoção aos torcedores.
Junto a esse evento esportivo vem, também, o esquenta da economia, movimentando muito dinheiro durante todo o período da Copa.
Casas de apostas estão nessa trilha e defendem a Seleção Brasileira como favorita.
Foram vendidos cerca de 3 bilhões de ingressos até outubro passado, portanto, o contingente de turistas visitando o Catar nestes, praticamente, 30 dias, será bem grande.
Desde a Copa do Mundo no Uruguai, em 1930, realizada em Montevidéu, a do Catar é considerada a mais compacta, tendo de dez a doze estádios que ficam em um raio de 25 a 30 quilômetros, ou seja, bem coeso.
Quase 90% da população do Catar fica na área urbana do país.
Devido à estimativa de público para o período, a locação no ramo imobiliário disparou.
E isso provocou uma crise dentro do país, justamente porque os moradores que alugavam imóveis tiveram de aceitar pagar mais ou procurar um lugar mais barato e, até mesmo, hotéis, já que os proprietários cancelaram todos os contratos para elevar os preços da locação e disponibilizar a unidade para estrangeiros.
O governo no Catar não zela muito pelas questões relacionadas aos direitos humanos, é outra realidade social, política e econômica nesse território.
De acordo com sites especializados em locações, os valores de contrato de aluguel variam de 2.500 euros o pernoite a 77 mil euros por mês.
Para sediar o evento esportivo, muitas obras foram feitas no país e isso representou em cerca de 2 mil nepaleses mortos e famílias sem receber nada.
Somam-se a estes, outros 6 mil operários que morreram durante a construção dos estádios.
Então, como se vê, enquanto em alguns países, como no Brasil, a Copa do Mundo é motivo de festas e comemorações, no país-sede a situação não é bem essa.
Só entre 2011, ano em que as obras para a Copa começaram, e 2022, mais de 2 mil operários nepaleses morreram no Catar.
No entanto, um levantamento do Jornal inglês The Guardian, mostra que, se incluídos bengalis, cingaleses, paquistaneses e indianos, esse número supera a casa daqueles seis mil operários mortos no Catar na última década.
É importante termos em mente que, apesar da festa e dos altos investimentos econômicos que ocorrem durante o período de Copa do Mundo, outras realidades sociais e econômicas ocorrem paralelamente ao evento.
Aqui no Brasil, ainda, o segmento de bares e restaurantes brasileiros também vai nadar em dinheiro, conforme estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Estima-se uma injeção de mais de R$ 864 milhões no faturamento de bares e restaurantes brasileiros e, se isso se confirmar de fato, o montante representará um aumento de 8,3% em relação ao campeonato mundial disputado na Rússia, em 2018, já descontada a inflação do período.
Em relação à Copa realizada no Brasil, em 2014, o faturamento previsto ainda é 2,6% menor.
Como consequência do maior movimento, o setor deve abrir cerca de 7 mil vagas de trabalho temporário, com salários médios de R$ 1,5 mil.
Vagas para garçons e auxiliares devem responder pela maioria das oportunidades temporárias, o equivalente a 23,4% dos novos empregos previstos.
Outros 15,6% dos postos seriam para a função de cozinheiro e 15% para atendentes de lanchonete.
Segundo a CNC, o faturamento de bares e restaurantes costuma crescer 2,52% nos meses de Copa do Mundo.
No comércio, os números não são diferentes, já que uma gama considerada de produtos relacionados ao tema da Copa passa a ser comercializada, estimulando as vendas e, por consequência, criando-se vagas de trabalho.
Devemos, com certeza, comemorar e celebrar as vitórias e torcer muito para que os nossos 26 atletas, que defenderão a Seleção Brasileira, promovam um espetáculo em campo, mas sem nos esquecer de nossas responsabilidades e compromissos com nosso país.
Que a seleção pentacampeã do mundo, que está no grupo G, no qual estão, também, Camarões e Suíça, possa proporcionar um show à parte e, por que não, trazer a taça da Copa do Mundo do Catar.
Avante Brasil; em todos os sentidos.
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