O projeto Pipa e Cia, da E.E. PEI CEL Eugênio Euclydes Pereira da Motta, no bairro Bambu, em Porto Feliz, terminou com uma programação especial que, além dos estudantes do ensino fundamental II e médio, reuniu pais, professores e autoridades municipais no último sábado (26).
A programação teve direito a “comes e bebes” promovidos por uma parceria da escola com a Associação Fazenda Boa Vista e o Instituto Justiça, além de uma mini palestra com o empresário e entusiasta do universo pipeiro, Marcos Silva, que contou um pouco de sua experiência internacional.
Entre uma atividade e outra, Camilo Lellis, presidente da Associação Fazenda Boa Vista, e Indiara Dias de Souza, fundadora do Instituto Justiça, patrocinadores do projeto, foram chamados ao palco para os agradecimentos especiais.
Camilo agradeceu a oportunidade de contribuir com o projeto e ressaltou a importância dos estudos “Aproveitem esse momento que é muito bacana, com a estrutura que vocês têm. É um prazer ajudar um projeto tão importante. No futuro, vocês entrarão no mercado de trabalho e se não tiver estudo e dedicação, torna-se muito mais difícil arrumar emprego”.
O secretário municipal de educação, Celso Fernando Iversen, prestigiou o evento e reforçou a importância da educação. “É um prazer participar desse evento. A educação deve ser prazerosa e, nesse sentido, a oficina vem agregar tudo aquilo que a gente acredita, planeja, proporciona a nossos alunos em nosso município”.
Conhecimento e fortalecimento de vínculo familiar
O projeto foi idealizado com o objetivo de levar aos alunos familiaridade com temas de áreas como ciências exatas, ciências da natureza, ciências humanas e códigos de linguagem. Fortalecendo o protagonismo juvenil por meio da interação entre comunidade e unidade escolar.
Entre os dias 10 e 25 de novembro, os estudantes utilizaram a pipa como objeto de estudo em diversas disciplinas, finalizando com uma oficina juntamente com os pais. Segundo o corpo docente, a escola frequentemente realiza projetos voltados para os alunos. Sendo essa a primeira vez que reúnem cerca de 500 pessoas entre alunos e pais.
Para Dijinane Fagundes, professora de geografia, a cultura foi um ponto marcante nas aulas. “Nós conseguimos envolver a pipa, que faz parte da cultura deles, para trabalhar a multiculturalidade e a importância do respeito a esse tipo de identidade cultural”, explica.
“Os conhecimentos matemáticos foram muito além da geometria plana e espacial. Os alunos também puderam retomar as habilidades manuais”, afirma Liliane Mizokoshi, professora de matemática. Já o professor Fernando Jorge, de física, aproveitou para abordar questões históricas, citando como exemplo a origem e o uso da pipa para descobertas importantes.
Humberto Vital, professor de sociologia, trabalhou com mapas mentais. “Os estudantes pegaram as ideias centrais que o projeto poderia representar. Essa ideia de fazer os alunos se reunirem para ver os desdobramentos que esse projeto poderia trazer para eles, associando várias disciplinas, usando movimentos e a criatividade, foi bem interessante”.
Já Carlos Alberto de Campos Vieira, responsável pela orientação de estudos, salienta a questão da interdisciplinaridade do projeto. “Teve o envolvimento de toda a comunidade escolar com objetivo de resgatar a brincadeira de soltar pipas, desenvolver o objeto, saber a história, além do envolvimento da comunidade. Tudo isso motivou os alunos, porque envolve não só a parte teórica, mas também a prática, onde eles se interrelacionam, se ajudam e as habilidades vão aparecendo naturalmente”, completa.
Para Roseli Campos de Ramos, diretora da escola, o evento superou as expectativas. “Os pais são bastante presentes graças ao trabalho feito há anos. E a recepção dos alunos foi interessante. Uma das maiores dificuldades deles é na matemática e hoje estamos tendo um dia de matemática na prática, trabalhando geometria, medidas, coisas que eles não vivenciam muito na prática, mas que era comum na minha infância.”
Apesar da matemática ser uma dificuldade superada, Roseli ressalta: “Hoje estamos relaxando para encarar o Saresp, que é um termômetro para ver se estamos atingindo o esperado. No ano passado, atingimos um bom resultado com o ensino fundamental e, agora, estamos investindo ainda mais no ensino médio”, finaliza.
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