O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta segunda-feira (19), às 10h, o julgamento que analisa a constitucionalidade das emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto. A sessão vai recomeçar com o voto do ministro Ricardo Lewandowski e, depois, de Gilmar Mendes. Nove ministros já votaram.
Até o momento, cinco magistrados votaram para considerar o orçamento secreto inconstitucional. O voto de Rosa Weber, relatora das ações, foi acompanhado por Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Já os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, embora não tenham concordado integralmente, avaliam que o mecanismo deve continuar válido, desde que passe a ter mais transparência e a seguir critérios de distribuição de recursos.
O orçamento secreto é alvo de críticas pela falta de transparência e por beneficiar somente alguns parlamentares. O destino dos recursos é definido em negociações entre parlamentares aliados e o governo. Justamente por isso, se tornou, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), moeda de troca entre o governo federal e o Congresso Nacional.
O julgamento tem impacto político na articulação pela aprovação no Congresso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estouro, que amplia o teto de gastos, além de seu resultado definir as relações entre os Poderes e indicar como será a governabilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir do ano que vem.
A análise começou em 14 de dezembro, quando ocorreram as sustentações orais. Na ocasião, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) defenderam a legalidade do orçamento secreto alegando que o Congresso aprimorou o instrumento.
Na sessão, a ministra Rosa Weber, relatora das quatro ações que questionam as emendas de relator, votou para declarar o orçamento secreto inconstitucional.
Em seu voto, a ministra afirmou não ser possível saber quem são os parlamentares que integram o grupo privilegiado e quais os valores geridos por eles. De acordo com Rosa Weber, não existem critérios objetivos e claros para o pagamento das despesas e nem são cumpridas regras de transparência no pagamento dos recursos.
A ministra também considerou em seu voto que os verdadeiros autores das indicações preservam o anonimato e que o destino dos recursos fica recoberto por um manto de névoas. Para ela, a política usa fórmulas para dar aparência de institucionalidade ao que não encontra amparo na lei.
Na última quinta-feira (15), o primeiro a votar foi o ministro André Mendonça, que votou para considerar o orçamento secreto constitucional. Mendonça defendeu, no entanto, que o Congresso Nacional deve normatizar as emendas para explicitar valores e rateios. Ou seja, votou para manter as emendas de relator, mas com mais transparência.
Nunes Marques também votou pela possibilidade de manutenção do mecanismo do orçamento secreto. Em seu voto, o ministro, que, assim como Mendonça, foi indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro, ressaltou que a discussão sobre as emendas de relator é um assunto interno do Congresso e que não cabe ao STF interferência.
Ao votar, o ministro Alexandre de Moraes apresentou um voto médio, como alternativa às duas correntes que se formaram –a capitaneada por Rosa Weber e a sugerida por André Mendonça. Moraes propôs que as emendas de relator passem a adotar o mesmo procedimento de transparência previsto para as emendas individuais.
O voto de Moraes também prevê que haja identificação de nome do parlamentar, valor, destinação e prioridade, além de determinar que a proporcionalidade seja levada em conta na distribuição dos recursos.
O ministro Dias Toffoli também apresentou uma alternativa em seu voto. Toffoli defendeu que as emendas de relator devem respeitar os princípios constitucionais da transparência, da imparcialidade e da isonomia entre os entes federativos, sendo obrigatória a identificação dos responsáveis pelas indicações e dos beneficiários.
Com informações da CNN Brasil.
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