Faltando menos de uma semana para a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 16 ministérios ainda seguem indefinidos. Os partidos PSD, MDB e União Brasil disputam espaço na Esplanada.
O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já anunciou que o terceiro governo do petista terá 37 ministérios. O número é 60% maior do que a atual configuração da Esplanada, com 23 pastas.
Até o momento, 21 nomes já foram confirmados pelo petista. A expectativa em Brasília é de que o restante das vagas sejam anunciadas até esta quarta-feira (28).
A principal dúvida de Lula diz respeito à senadora Simone Tebet (MDB-MS), que disputou a Presidência na eleição deste ano e terminou o primeiro turno em terceiro lugar. No segundo turno, ela anunciou apoio ao petista, o que foi visto como decisivo para o resultado das urnas.
Inicialmente, Tebet foi cotada para o Ministério do Desenvolvimento Social, que é o responsável pela gestão do Bolsa Família, uma das principais vitrines dos governos do PT. Entretanto, o cargo foi entregue ao senador eleito Wellington Dias (PT-PI).
O nome da senadora também foi cogitado para o Ministério do Meio Ambiente. A pasta, porém, deverá ficar com a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que já ocupou o posto no passado.
Outra opção que passou a ser considerada para Tebet foi colocá-la no Ministério do Planejamento. A senadora sinalizou a aliados que só aceitaria a indicação caso a pasta fosse “turbinada” com bancos públicos como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Nos bastidores, dirigentes do PT disseram que a indicação de Tebet para o Planejamento tem enfrentado resistência do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Antes de definir os nomes para as pastas que ainda seguem vazias, Lula deverá ter nova reunião com a cúpula nacional do MDB. Uma das saídas seria nomear a senadora para o Ministério das Cidades, pasta que ela tem sinalizado preferência, e indicar um representante da bancada do partido na Câmara dos Deputados em outro assento na Esplanada.
União Brasil
Outro partido que tem negociado participação na Esplanada dos Ministérios é o União Brasil. O nome do deputado Elmar Nascimento (BA) chegou a ser cogitado para o Ministério da Integração Nacional.
No entanto, a indicação do parlamentar passou a ser refutada por dirigentes petistas pelo fato de ele ter criticado Lula durante o segundo turno da campanha presidencial. Às vésperas da votação, ele afirmou, em evento em Campo Formoso, que do lado do então candidato petista “só tem condenado ou ex-presidiário”.
Com 59 eleitos para a Câmara, o União Brasil é visto como importante para a governabilidade de Lula. No Senado, a sigla terá dez representantes a partir do ano que vem.
PSD
Comandado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, o PSD também negocia uma vaga na Esplanada no próximo governo.
O partido é cotado para comandar o Ministério da Agricultura. O nome tido como favorito para a pasta é do senador Carlos Fávaro (MT).
Os ministérios que ainda estão sem nomeações são:
Povos Indígenas, Previdência Social, Esporte, Cidades, Integração e Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente, Transportes, Minas e Energia, Comunicações, Turismo, Desenvolvimento Agrário, Agricultura e Abastecimento, Pesca, Comunicação Social, Segurança Institucional, Planejamento e Orçamento.
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