Doação de sangue cai 30% nas férias e Hemonúcleo de Sorocaba pede ajuda

Nos meses de férias, muitas pessoas viajam. Com mais gente nas estradas, os riscos de acidentes também podem aumentar. Em contrapartida, com menos pessoas em suas residências, as doações de sangue tendem a diminuir. Em Sorocaba, durante os meses de férias, o número de doadores cai cerca de 30%. Um dado preocupante, já que a meta do hemonúcleo da cidade é de 120 doações por dia.

Porém, apesar da queda que geralmente ocorre nesta época do ano, na última semana de dezembro, o posto de coleta conseguiu atingir a capacidade máxima de 170 doações diárias. De acordo com Frederico Brandão, gerente médico do Hemonúcleo de Sorocaba, isso ocorreu depois que a equipe de captação do posto de coleta fez contato com os doadores mais frequentes, por conta dos baixos resultados da primeira quinzena de dezembro. “Essa diminuição acontece nas férias, mas em função de outras campanhas e divulgação que já estávamos fazendo, a semana passada estourou de doadores, foi excelente”, declara Brandão.

O profissional ressalta, no entanto, que, apesar do retorno favorável em dezembro, é importante que haja continuidade no número de doações para janeiro e também nos próximos meses. “Essa é uma boa oportunidade de agradecer, mas também de orientar sobre a importância de manter as doações nesta semana e ao longo do mês de janeiro, porque sempre estamos precisando, principalmente por conta da plaqueta, que é um produto que dura somente cinco dias. Então, se doa todo mundo hoje, daqui a cinco dias acabam as plaquetas e ficamos sem o produto para atender”, comentou o gerente.

O médico explicou ainda que o sangue doado não é utilizado de forma total, e sim dividido em quatro componentes — concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma e crioprecipitado. Assim, cada um desses produtos tem um destino, conforme a doença e as necessidades de cada paciente. Por esse motivo, uma única doação pode ajudar a salvar até quatro vidas. Os tipos sanguíneos mais necessários no Hemonúcleo são O+ e O-, pois, apesar de serem os mais comuns entre os doadores, também são os mais comuns entre os pacientes. Já o mais raro é o AB-. “Mas ai é a mesma proporção, ele é mais raro entre os doadores, mas também entre quem vai precisar. Já o O- é o doador universal, o que usamos nas funções de emergência, e o O+ é o mais comum mesmo”, relata o médico.

Para fazer uma doação é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar pelo menos 50 quilos e estar com boa saúde. Os menores de 18 anos precisam apresentar uma autorização dos responsáveis. O documento está disponível no posto de coleta ou no site da Colsan: colsan.org.br. No momento da doação, o doador deve apresentar um documento oficial com foto, mas antes da coleta ser realizada, ele passa por uma entrevista para saber se, de fato, está apto a fazer a doação.

O Hemonúcleo de Sorocaba está localizado na avenida Comendador Pereira Inácio, 564, no Jardim Vergueiro. O horário de atendimento é de segunda-feira a sábado, das 7h às 12h30. A coleta também funciona por ordem de chegada, mas o médico responsável orienta o interessado a fazer o agendamento através do aplicativo Colsan — Doe Vidas.

“Além dos hospitais de Sorocaba, atendemos toda a nossa região e é uma região bem grande, com vários hospitais. Às vezes a pessoa fala que não está doando porque não conhece ninguém que precisa. Podemos não saber o nome, de onde a pessoa é, mas sempre tem alguém precisando e, muitas vezes, é em uma situação de emergência e, eventualmente, qualquer um de nós pode precisar. Por isso, é importante ter essa cultura da doação”, explica Frederico Brandão. 

Com informações do Jornal Cruzeiro do Sul. Reportagem: Vanessa Ferranti.